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Multilingual Scriptures Home » Portuguese Bible » Matthew

Portuguese Bible
Chapter # Verse # Verse Detail
11Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão.   
12A Abraão nasceu Isaque; a Isaque nasceu Jacó; a Jacó nasceram Judá e seus irmãos;   
13a Judá nasceram, de Tamar, Farés e Zará; a Farés nasceu Esrom; a Esrom nasceu Arão;   
14a Arão nasceu Aminadabe; a Aminadabe nasceu Nasom; a Nasom nasceu Salmom;   
15a Salmom nasceu, de Raabe, Booz; a Booz nasceu, de Rute, Obede; a Obede nasceu Jessé;   
16e a Jessé nasceu o rei Davi. A Davi nasceu Salomão da que fora mulher de Urias;   
17a Salomão nasceu Roboão; a Roboão nasceu Abias; a Abias nasceu Asafe;   
18a Asafe nasceu Josafá; a Josafá nasceu Jorão; a Jorão nasceu Ozias;   
19a Ozias nasceu Joatão; a Joatão nasceu Acaz; a Acaz nasceu Ezequias;   
110a Ezequias nasceu Manassés; a Manassés nasceu Amom; a Amom nasceu Josias;   
111a Josias nasceram Jeconias e seus irmãos, no tempo da deportação para Babilônia.   
112Depois da deportação para Babilônia nasceu a Jeconias, Salatiel; a Salatiel nasceu Zorobabel;   
113a Zorobabel nasceu Abiúde; a Abiúde nasceu Eliaquim; a Eliaquim nasceu Azor;   
114a Azor nasceu Sadoque; a Sadoque nasceu Aquim; a Aquim nasceu Eliúde;   
115a Eliúde nasceu Eleazar; a Eleazar nasceu Matã; a Matã nasceu Jacó;   
116e a Jacó nasceu José, marido de Maria, da qual nasceu JESUS, que se chama Cristo.   
117De sorte que todas as gerações, desde Abraão até Davi, são catorze gerações; e desde Davi até a deportação para Babilônia, catorze gerações; e desde a deportação para Babilônia até o Cristo, catorze gerações.   
118Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, ela se achou ter concebido do Espírito Santo.   
119E como José, seu esposo, era justo, e não a queria infamar, intentou deixá-la secretamente.   
120E, projetando ele isso, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, pois o que nela se gerou é do Espírito Santo;   
121ela dará à luz um filho, a quem chamarás JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.   
122Ora, tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que fora dito da parte do Senhor pelo profeta:   
123Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, o qual será chamado EMANUEL, que traduzido é: Deus conosco.   
124E José, tendo despertado do sono, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu sua mulher;   
125e não a conheceu enquanto ela não deu à luz um filho; e pôs-lhe o nome de JESUS.   
21Tendo, pois, nascido Jesus em Belém da Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que vieram do oriente a Jerusalém uns magos que perguntavam:   
22Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? pois do oriente vimos a sua estrela e viemos adorá-lo.   
23O rei Herodes, ouvindo isso, perturbou-se, e com ele toda a Jerusalém;   
24e, reunindo todos os principais sacerdotes e os escribas do povo, perguntava-lhes onde havia de nascer o Cristo.   
25Responderam-lhe eles: Em Belém da Judéia; pois assim está escrito pelo profeta:   
26E tu, Belém, terra de Judá, de modo nenhum és a menor entre as principais cidades de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de apascentar o meu povo de Israel.   
27Então Herodes chamou secretamente os magos, e deles inquiriu com precisão acerca do tempo em que a estrela aparecera;   
28e enviando-os a Belém, disse-lhes: Ide, e perguntai diligentemente pelo menino; e, quando o achardes, participai-mo, para que também eu vá e o adore.   
29Tendo eles, pois, ouvido o rei, partiram; e eis que a estrela que tinham visto quando no oriente ia adiante deles, até que, chegando, se deteve sobre o lugar onde estava o menino.   
210Ao verem eles a estrela, regozijaram-se com grande alegria.   
211E entrando na casa, viram o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro incenso e mirra.   
212Ora, sendo por divina revelação avisados em sonhos para não voltarem a Herodes, regressaram à sua terra por outro caminho.   
213E, havendo eles se retirado, eis que um anjo do Senhor apareceu a José em sonho, dizendo: Levanta-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egito, e ali fica até que eu te fale; porque Herodes há de procurar o menino para o matar.   
214Levantou-se, pois, tomou de noite o menino e sua mãe, e partiu para o Egito.   
215e lá ficou até a morte de Herodes, para que se cumprisse o que fora dito da parte do Senhor pelo profeta: Do Egito chamei o meu Filho.   
216Então Herodes, vendo que fora iludido pelos magos, irou-se grandemente e mandou matar todos os meninos de dois anos para baixo que havia em Belém, e em todos os seus arredores, segundo o tempo que com precisão inquirira dos magos.   
217Cumpriu-se então o que fora dito pelo profeta Jeremias:   
218Em Ramá se ouviu uma voz, lamentação e grande pranto: Raquel chorando os seus filhos, e não querendo ser consolada, porque eles já não existem.   
219Mas tendo morrido Herodes, eis que um anjo do Senhor apareceu em sonho a José no Egito,   
220dizendo: Levanta-te, toma o menino e sua mãe e vai para a terra de Israel; porque já morreram os que procuravam a morte do menino.   
221Então ele se levantou, tomou o menino e sua mãe e foi para a terra de Israel.   
222Ouvindo, porém, que Arquelau reinava na Judéia em lugar de seu pai Herodes, temeu ir para lá; mas avisado em sonho por divina revelação, retirou-se para as regiões da Galiléia,   
223e foi habitar numa cidade chamada Nazaré; para que se cumprisse o que fora dito pelos profetas: Ele será chamado nazareno.   
31Naqueles dias apareceu João, o Batista, pregando no deserto da Judéia,   
32dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus.   
33Porque este é o anunciado pelo profeta Isaías, que diz: Voz do que clama no deserto; Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.   
34Ora, João usava uma veste de pelos de camelo, e um cinto de couro em torno de seus lombos; e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre.   
35Então iam ter com ele os de Jerusalém, de toda a Judéia, e de toda a circunvizinhança do Jordão,   
36e eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados.   
37Mas, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus que vinham ao seu batismo, disse-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira vindoura?   
38Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento,   
39e não queirais dizer dentro de vós mesmos: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que mesmo destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão.   
310E já está posto o machado á raiz das árvores; toda árvore, pois que não produz bom fruto, é cortada e lançada no fogo.   
311Eu, na verdade, vos batizo em água, na base do arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu, que nem sou digno de levar-lhe as alparcas; ele vos batizará no Espírito Santo, e em fogo.   
312A sua pá ele tem na mão, e limpará bem a sua eira; recolherá o seu trigo ao celeiro, mas queimará a palha em fogo inextinguível.   
313Então veio Jesus da Galiléia ter com João, junto do Jordão, para ser batizado por ele.   
314Mas João o impedia, dizendo: Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?   
315Jesus, porém, lhe respondeu: Consente agora; porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então ele consentiu.   
316Batizado que foi Jesus, saiu logo da água; e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito Santo de Deus descendo como uma pomba e vindo sobre ele;   
317e eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.   
41Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo Diabo.   
42E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome.   
43Chegando, então, o tentador, disse-lhe: Se tu és Filho de Deus manda que estas pedras se tornem em pães.   
44Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus.   
45Então o Diabo o levou à cidade santa, colocou-o sobre o pináculo do templo,   
46e disse-lhe: Se tu és Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito; e: eles te susterão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra.   
47Replicou-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus.   
48Novamente o Diabo o levou a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles;   
49e disse-lhe: Tudo isto te darei, se, prostrado, me adorares.   
410Então ordenou-lhe Jesus: Vai-te, Satanás; porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás.   
411Então o Diabo o deixou; e eis que vieram os anjos e o serviram.   
412Ora, ouvindo Jesus que João fora entregue, retirou-se para a Galiléia;   
413e, deixando Nazaré, foi habitar em Cafarnaum, cidade marítima, nos confins de Zabulom e Naftali;   
414para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías:   
415A terra de Zabulom e a terra de Naftali, o caminho do mar, além do Jordão, a Galiléia dos gentios,   
416o povo que estava sentado em trevas viu uma grande luz; sim, aos que estavam sentados na região da sombra da morte, a estes a luz raiou.   
417Desde então começou Jesus a pregar, e a dizer: Arrependei- vos, porque é chegado o reino dos céus.   
418E Jesus, andando ao longo do mar da Galiléia, viu dois irmãos - Simão, chamado Pedro, e seu irmão André, os quais lançavam a rede ao mar, porque eram pescadores.   
419Disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens.   
420Eles, pois, deixando imediatamente as redes, o seguiram.   
421E, passando mais adiante, viu outros dois irmãos - Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, no barco com seu pai Zebedeu, consertando as redes; e os chamou.   
422Estes, deixando imediatamente o barco e seu pai, seguiram- no.   
423E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino, e curando todas as doenças e enfermidades entre o povo.   
424Assim a sua fama correu por toda a Síria; e trouxeram-lhe todos os que padeciam, acometidos de várias doenças e tormentos, os endemoninhados, os lunáticos, e os paralíticos; e ele os curou.   
425De sorte que o seguiam grandes multidões da Galiléia, de Decápolis, de Jerusalém, da Judéia, e dalém do Jordão.   
51Jesus, pois, vendo as multidões, subiu ao monte; e, tendo se assentado, aproximaram-se os seus discípulos,   
52e ele se pôs a ensiná-los, dizendo:   
53Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.   
54Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados.   
55Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra.   
56Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça porque eles serão fartos.   
57Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia.   
58Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus.   
59Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.   
510Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.   
511Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguiram e, mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa.   
512Alegrai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram aos profetas que foram antes de vós.   
513Vós sois o sal da terra; mas se o sal se tornar insípido, com que se há de restaurar-lhe o sabor? para nada mais presta, senão para ser lançado fora, e ser pisado pelos homens.   
514Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte;   
515nem os que acendem uma candeia a colocam debaixo do alqueire, mas no velador, e assim ilumina a todos que estão na casa.   
516Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.   
517Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim destruir, mas cumprir.   
518Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, de modo nenhum passará da lei um só i ou um só til, até que tudo seja cumprido.   
519Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus.   
520Pois eu vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus.   
521Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; e, Quem matar será réu de juízo.   
522Eu, porém, vos digo que todo aquele que se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e quem disser a seu irmão: Raca, será réu diante do sinédrio; e quem lhe disser: Tolo, será réu do fogo do inferno.   
523Portanto, se estiveres apresentando a tua oferta no altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti,   
524deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai conciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem apresentar a tua oferta.   
525Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele; para que não aconteça que o adversário te entregue ao guarda, e sejas lançado na prisão.   
526Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil.   
527Ouvistes que foi dito: Não adulterarás.   
528Eu, porém, vos digo que todo aquele que olhar para uma mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela.   
529Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado no inferno.   
530E, se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que vá todo o teu corpo para o inferno.   
531Também foi dito: Quem repudiar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio.   
532Eu, porém, vos digo que todo aquele que repudia sua mulher, a não ser por causa de infidelidade, a faz adúltera; e quem casar com a repudiada, comete adultério.   
533Outrossim, ouvistes que foi dito aos antigos: Não jurarás falso, mas cumprirás para com o Senhor os teus juramentos.   
534Eu, porém, vos digo que de maneira nenhuma jureis; nem pelo céu, porque é o trono de Deus;   
535nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei;   
536nem jures pela tua cabeça, porque não podes tornar um só cabelo branco ou preto.   
537Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não; pois o que passa daí, vem do Maligno.   
538Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por dente.   
539Eu, porém, vos digo que não resistais ao homem mau; mas a qualquer que te bater na face direita, oferece-lhe também a outra;   
540e ao que quiser pleitear contigo, e tirar-te a túnica, larga-lhe também a capa;   
541e, se qualquer te obrigar a caminhar mil passos, vai com ele dois mil.   
542Dá a quem te pedir, e não voltes as costas ao que quiser que lhe emprestes.   
543Ouvistes que foi dito: Amarás ao teu próximo, e odiarás ao teu inimigo.   
544Eu, porém, vos digo: Amai aos vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem;   
545para que vos torneis filhos do vosso Pai que está nos céus; porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e faz chover sobre justos e injustos.   
546Pois, se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? não fazem os publicanos também o mesmo?   
547E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis demais? não fazem os gentios também o mesmo?   
548Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai celestial.   
61Guardai-vos de fazer as vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles; de outra sorte não tereis recompensa junto de vosso Pai, que está nos céus.   
62Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa.   
63Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a direita;   
64para que a tua esmola fique em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.   
65E, quando orardes, não sejais como os hipócritas; pois gostam de orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa.   
66Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.   
67E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque pensam que pelo seu muito falar serão ouvidos.   
68Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes.   
69Portanto, orai vós deste modo: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome;   
610venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu;   
611o pão nosso de cada dia nos dá hoje;   
612e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós também temos perdoado aos nossos devedores;   
613e não nos deixes entrar em tentação; mas livra-nos do mal. [Porque teu é o reino e o poder, e a glória, para sempre, Amém.]   
614Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós;   
615se, porém, não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai perdoará vossas ofensas.   
616Quando jejuardes, não vos mostreis contristrados como os hipócritas; porque eles desfiguram os seus rostos, para que os homens vejam que estão jejuando. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa.   
617Tu, porém, quando jejuares, unge a tua cabeça, e lava o teu rosto,   
618para não mostrar aos homens que estás jejuando, mas a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.   
619Não ajunteis para vós tesouros na terra; onde a traça e a ferrugem os consomem, e onde os ladrões minam e roubam;   
620mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consumem, e onde os ladrões não minam nem roubam.   
621Porque onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração.   
622A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo teu corpo terá luz;   
623se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes são tais trevas!   
624Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.   
625Por isso vos digo: Não estejais ansiosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer, ou pelo que haveis de beber; nem, quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestuário?   
626Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não valeis vós muito mais do que elas?   
627Ora, qual de vós, por mais ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado à sua estatura?   
628E pelo que haveis de vestir, por que andais ansiosos? Olhai para os lírios do campo, como crescem; não trabalham nem fiam;   
629contudo vos digo que nem mesmo Salomão em toda a sua glória se vestiu como um deles.   
630Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé?   
631Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que havemos de comer? ou: Que havemos de beber? ou: Com que nos havemos de vestir?   
632(Pois a todas estas coisas os gentios procuram.) Porque vosso Pai celestial sabe que precisais de tudo isso.   
633Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.   
634Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã; porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.   
71Não julgueis, para que não sejais julgados.   
72Porque com o juízo com que julgais, sereis julgados; e com a medida com que medis vos medirão a vós.   
73E por que vês o argueiro no olho do teu irmão, e não reparas na trave que está no teu olho?   
74Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu?   
75Hipócrita! tira primeiro a trave do teu olho; e então verás bem para tirar o argueiro do olho do teu irmão.   
76Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis aos porcos as vossas pérolas, para não acontecer que as calquem aos pés e, voltando-se, vos despedacem.   
77Pedí, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei e abrir-se-vos-á.   
78Pois todo o que pede, recebe; e quem busca, acha; e ao que bate, abrir-se-lhe-á.   
79Ou qual dentre vós é o homem que, se seu filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra?   
710Ou, se lhe pedir peixe, lhe dará uma serpente?   
711Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas dádivas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhas pedirem?   
712Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós a eles; porque esta é a lei e os profetas.   
713Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela;   
714e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que conduz à vida, e poucos são os que a encontram.   
715Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores.   
716Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos?   
717Assim, toda árvore boa produz bons frutos; porém a árvore má produz frutos maus.   
718Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má dar frutos bons.   
719Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo.   
720Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.   
721Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.   
722Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres?   
723Então lhes direi claramemnte: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.   
724Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática, será comparado a um homem prudente, que edificou a casa sobre a rocha.   
725E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa; contudo não caiu, porque estava fundada sobre a rocha.   
726Mas todo aquele que ouve estas minhas palavras, e não as põe em prática, será comparado a um homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia.   
727E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa, e ela caiu; e grande foi a sua queda.   
728Ao concluir Jesus este discurso, as multidões se maravilhavam da sua doutrina;   
729porque as ensinava como tendo autoridade, e não como os escribas.   
81Quando Jesus desceu do monte, grandes multidões o seguiam.   
82E eis que veio um leproso e o adorava, dizendo: Senhor, se quiseres, podes tornar-me limpo.   
83Jesus, pois, estendendo a mão, tocou-o, dizendo: Quero; sê limpo. No mesmo instante ficou purificado da sua lepra.   
84Disse-lhe então Jesus: Olha, não contes isto a ninguém; mas vai, mostra-te ao sacerdote, e apresenta a oferta que Moisés determinou, para lhes servir de testemunho.   
85Tendo Jesus entrado em Cafarnaum, chegou-se a ele um centurião que lhe rogava, dizendo:   
86Senhor, o meu criado jaz em casa paralítico, e horrivelmente atormentado.   
87Respondeu-lhe Jesus: Eu irei, e o curarei.   
88O centurião, porém, replicou-lhe: Senhor, não sou digno de que entres debaixo do meu telhado; mas somente dize uma palavra, e o meu criado há de sarar.   
89Pois também eu sou homem sujeito à autoridade, e tenho soldados às minhas ordens; e digo a este: Vai, e ele vai; e a outro: Vem, e ele vem; e ao meu servo: Faze isto, e ele o faz.   
810Jesus, ouvindo isso, admirou-se, e disse aos que o seguiam: Em verdade vos digo que a ninguém encontrei em Israel com tamanha fé.   
811Também vos digo que muitos virão do oriente e do ocidente, e reclinar-se-ão à mesa de Abraão, Isaque e Jacó, no reino dos céus;   
812mas os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes.   
813Então disse Jesus ao centurião: Vai-te, e te seja feito assim como creste. E naquela mesma hora o seu criado sarou.   
814Ora, tendo Jesus entrado na casa de Pedro, viu a sogra deste de cama; e com febre.   
815E tocou-lhe a mão, e a febre a deixou; então ela se levantou, e o servia.   
816Caída a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados; e ele com a sua palavra expulsou os espíritos, e curou todos os enfermos;   
817para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e levou as nossas doenças.   
818Vendo Jesus uma multidão ao redor de si, deu ordem de partir para o outro lado do mar.   
819E, aproximando-se um escriba, disse-lhe: Mestre, seguir-te- ei para onde quer que fores.   
820Respondeu-lhe Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos; mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça.   
821E outro de seus discípulos lhe disse: Senhor, permite-me ir primeiro sepultar meu pai.   
822Jesus, porém, respondeu-lhe: Segue-me, e deixa os mortos sepultar os seus próprios mortos.   
823E, entrando ele no barco, seus discípulos o seguiram.   
824E eis que se levantou no mar tão grande tempestade que o barco era coberto pelas ondas; ele, porém, estava dormindo.   
825Os discípulos, pois, aproximando-se, o despertaram, dizendo: Salva-nos, Senhor, que estamos perecendo.   
826Ele lhes respondeu: Por que temeis, homens de pouca fé? Então, levantando-se repreendeu os ventos e o mar, e seguiu-se grande bonança.   
827E aqueles homens se maravilharam, dizendo: Que homem é este, que até os ventos e o mar lhe obedecem?   
828Tendo ele chegado ao outro lado, à terra dos gadarenos, saíram-lhe ao encontro dois endemoninhados, vindos dos sepulcros; tão ferozes eram que ninguém podia passar por aquele caminho.   
829E eis que gritaram, dizendo: Que temos nós contigo, Filho de Deus? Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo?   
830Ora, a alguma distância deles, andava pastando uma grande manada de porcos.   
831E os demônios rogavam-lhe, dizendo: Se nos expulsas, manda- nos entrar naquela manada de porcos.   
832Disse-lhes Jesus: Ide. Então saíram, e entraram nos porcos; e eis que toda a manada se precipitou pelo despenhadeiro no mar, perecendo nas águas.   
833Os pastores fugiram e, chegando à cidade, divulgaram todas estas coisas, e o que acontecera aos endemoninhados.   
834E eis que toda a cidade saiu ao encontro de Jesus; e vendo- o, rogaram-lhe que se retirasse dos seus termos.   
91E entrando Jesus num barco, passou para o outro lado, e chegou à sua própria cidade.   
92E eis que lhe trouxeram um paralítico deitado num leito. Jesus, pois, vendo-lhes a fé, disse ao paralítico: Tem ânimo, filho; perdoados são os teus pecados.   
93E alguns dos escribas disseram consigo: Este homem blasfema.   
94Mas Jesus, conhecendo-lhes os pensamentos, disse: Por que pensais o mal em vossos corações?   
95Pois qual é mais fácil? dizer: Perdoados são os teus pecados, ou dizer: Levanta-te e anda?   
96Ora, para que saibais que o Filho do homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados (disse então ao paralítico): Levanta- te, toma o teu leito, e vai para tua casa.   
97E este, levantando-se, foi para sua casa.   
98E as multidões, vendo isso, temeram, e glorificaram a Deus, que dera tal autoridade aos homens.   
99Partindo Jesus dali, viu sentado na coletoria um homem chamado Mateus, e disse-lhe: Segue-me. E ele, levantando-se, o seguiu.   
910Ora, estando ele à mesa em casa, eis que chegaram muitos publicanos e pecadores, e se reclinaram à mesa juntamente com Jesus e seus discípulos.   
911E os fariseus, vendo isso, perguntavam aos discípulos: Por que come o vosso Mestre com publicanos e pecadores?   
912Jesus, porém, ouvindo isso, respondeu: Não necessitam de médico os sãos, mas sim os enfermos.   
913Ide, pois, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifícios. Porque eu não vim chamar justos, mas pecadores.   
914Então vieram ter com ele os discípulos de João, perguntando: Por que é que nós e os fariseus jejuamos, mas os teus discípulos não jejuam?   
915Respondeu-lhes Jesus: Podem porventura ficar tristes os convidados às núpcias, enquanto o noivo está com eles? Dias virão, porém, em que lhes será tirado o noivo, e então hão de jejuar.   
916Ninguém põe remendo de pano novo em vestido velho; porque semelhante remendo tira parte do vestido, e faz-se maior a rotura.   
917Nem se deita vinho novo em odres velhos; do contrário se rebentam, derrama-se o vinho, e os odres se perdem; mas deita-se vinho novo em odres novos, e assim ambos se conservam.   
918Enquanto ainda lhes dizia essas coisas, eis que chegou um chefe da sinagoga e o adorou, dizendo: Minha filha acaba de falecer; mas vem, impõe-lhe a tua mão, e ela viverá.   
919Levantou-se, pois, Jesus, e o foi seguindo, ele e os seus discípulos.   
920E eis que certa mulher, que havia doze anos padecia de uma hemorragia, chegou por detrás dele e tocou-lhe a orla do manto;   
921porque dizia consigo: Se eu tão-somente tocar-lhe o manto, ficarei sã.   
922Mas Jesus, voltando-se e vendo-a, disse: Tem ânimo, filha, a tua fé te salvou. E desde aquela hora a mulher ficou sã.   
923Quando Jesus chegou à casa daquele chefe, e viu os tocadores de flauta e a multidão em alvoroço,   
924disse; Retirai-vos; porque a menina não está morta, mas dorme. E riam-se dele.   
925Tendo-se feito sair o povo, entrou Jesus, tomou a menina pela mão, e ela se levantou.   
926E espalhou-se a notícia disso por toda aquela terra.   
927Partindo Jesus dali, seguiram-no dois cegos, que clamavam, dizendo: Tem compaixão de nós, Filho de Davi.   
928E, tendo ele entrado em casa, os cegos se aproximaram dele; e Jesus perguntou-lhes: Credes que eu posso fazer isto? Responderam- lhe eles: Sim, Senhor.   
929Então lhes tocou os olhos, dizendo: Seja-vos feito segundo a vossa fé.   
930E os olhos se lhes abriram. Jesus ordenou-lhes terminantemente, dizendo: Vede que ninguém o saiba.   
931Eles, porém, saíram, e divulgaram a sua fama por toda aquela terra.   
932Enquanto esses se retiravam, eis que lhe trouxeram um homem mudo e endemoninhado.   
933E, expulso o demônio, falou o mudo e as multidões se admiraram, dizendo: Nunca tal se viu em Israel.   
934Os fariseus, porém, diziam: É pelo príncipe dos demônios que ele expulsa os demônios.   
935E percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino, e curando toda sorte de doenças e enfermidades.   
936Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque andavam desgarradas e errantes, como ovelhas que não têm pastor.   
937Então disse a seus discípulos: Na verdade, a seara é grande, mas os trabalhadores são poucos.   
938Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara.   
101E, chamando a si os seus doze discípulos, deu-lhes autoridade sobre os espíritos imundos, para expulsarem, e para curarem toda sorte de doenças e enfermidades.   
102Ora, os nomes dos doze apóstolos são estes: primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão;   
103Felipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu;   
104Simão Cananeu, e Judas Iscariotes, aquele que o traiu.   
105A estes doze enviou Jesus, e ordenou-lhes, dizendo: Não ireis aos gentios, nem entrareis em cidade de samaritanos;   
106mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel;   
107e indo, pregai, dizendo: É chegado o reino dos céus.   
108Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, limpai os leprosos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai.   
109Não vos provereis de ouro, nem de prata, nem de cobre, em vossos cintos;   
1010nem de alforje para o caminho, nem de duas túnicas, nem de alparcas, nem de bordão; porque digno é o trabalhador do seu alimento.   
1011Em qualquer cidade ou aldeia em que entrardes, procurai saber quem nela é digno, e hospedai-vos aí até que vos retireis.   
1012E, ao entrardes na casa, saudai-a;   
1013se a casa for digna, desça sobre ela a vossa paz; mas, se não for digna, torne para vós a vossa paz.   
1014E, se ninguém vos receber, nem ouvir as vossas palavras, saindo daquela casa ou daquela cidade, sacudi o pó dos vossos pés.   
1015Em verdade vos digo que, no dia do juízo, haverá menos rigor para a terra de Sodoma e Gomorra do que para aquela cidade.   
1016Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas.   
1017Acautelai-vos dos homens; porque eles vos entregarão aos sinédrios, e vos açoitarão nas suas sinagogas;   
1018e por minha causa sereis levados à presença dos governadores e dos reis, para lhes servir de testemunho, a eles e aos gentios.   
1019Mas, quando vos entregarem, não cuideis de como, ou o que haveis de falar; porque naquela hora vos será dado o que haveis de dizer.   
1020Porque não sois vós que falais, mas o Espírito de vosso Pai é que fala em vós.   
1021Um irmão entregará à morte a seu irmão, e um pai a seu filho; e filhos se levantarão contra os pais e os matarão.   
1022E sereis odiados de todos por causa do meu nome, mas aquele que perseverar até o fim, esse será salvo.   
1023Quando, porém, vos perseguirem numa cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel antes que venha o Filho do homem.   
1024Não é o discípulo mais do que o seu mestre, nem o servo mais do que o seu senhor.   
1025Basta ao discípulo ser como seu mestre, e ao servo como seu senhor. Se chamaram Belzebu ao dono da casa, quanto mais aos seus domésticos?   
1026Portanto, não os temais; porque nada há encoberto que não haja de ser descoberto, nem oculto que não haja de ser conhecido.   
1027O que vos digo às escuras, dizei-o às claras; e o que escutais ao ouvido, dos eirados pregai-o.   
1028E não temais os que matam o corpo, e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo.   
1029Não se vendem dois passarinhos por um asse? e nenhum deles cairá em terra sem a vontade de vosso Pai.   
1030E até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos contados.   
1031Não temais, pois; mais valeis vós do que muitos passarinhos.   
1032Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus.   
1033Mas qualquer que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos céus.   
1034Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada.   
1035Porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra;   
1036e assim os inimigos do homem serão os da sua própria casa.   
1037Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim.   
1038E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim.   
1039Quem achar a sua vida perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim achá-la-á.   
1040Quem vos recebe, a mim me recebe; e quem me recebe a mim, recebe aquele que me enviou.   
1041Quem recebe um profeta na qualidade de profeta, receberá a recompensa de profeta; e quem recebe um justo na qualidade de justo, receberá a recompensa de justo.   
1042E aquele que der até mesmo um copo de água fresca a um destes pequeninos, na qualidade de discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá a sua recompensa.   
111Tendo acabado Jesus de dar instruções aos seus doze discípulos, partiu dali a ensinar e a pregar nas cidades da região.   
112Ora, quando João no cárcere ouviu falar das obras do Cristo, mandou pelos seus discípulos perguntar-lhe:   
113És tu aquele que havia de vir, ou havemos de esperar outro?   
114Respondeu-lhes Jesus: Ide contar a João as coisas que ouvis e vedes:   
115os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são purificados, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho.   
116E bem-aventurado é aquele que não se escandalizar de mim.   
117Ao partirem eles, começou Jesus a dizer às multidões a respeito de João: que saístes a ver no deserto? um caniço agitado pelo vento?   
118Mas que saístes a ver? um homem trajado de vestes luxuosas? Eis que aqueles que trajam vestes luxuosas estão nas casas dos reis.   
119Mas por que saístes? para ver um profeta? Sim, vos digo, e muito mais do que profeta.   
1110Este é aquele de quem está escrito: Eis aí envio eu ante a tua face o meu mensageiro, que há de preparar adiante de ti o teu caminho.   
1111Em verdade vos digo que, entre os nascidos de mulher, não surgiu outro maior do que João, o Batista; mas aquele que é o menor no reino dos céus é maior do que ele.   
1112E desde os dias de João, o Batista, até agora, o reino dos céus é tomado a força, e os violentos o tomam de assalto.   
1113Pois todos os profetas e a lei profetizaram até João.   
1114E, se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir.   
1115Quem tem ouvidos, ouça.   
1116Mas, a quem compararei esta geração? É semelhante aos meninos que, sentados nas praças, clamam aos seus companheiros:   
1117Tocamo-vos flauta, e não dançastes; cantamos lamentações, e não pranteastes.   
1118Porquanto veio João, não comendo nem bebendo, e dizem: Tem demônio.   
1119Veio o Filho do homem, comendo e bebendo, e dizem: Eis aí um comilão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores. Entretanto a sabedoria é justificada pelas suas obras.   
1120Então começou ele a lançar em rosto às cidades onde se operara a maior parte dos seus milagres, o não se haverem arrependido, dizendo:   
1121Ai de ti, Corazin! ai de ti, Betsaida! porque, se em Tiro e em Sidom, se tivessem operado os milagres que em vós se operaram, há muito elas se teriam arrependido em cilício e em cinza.   
1122Contudo, eu vos digo que para Tiro e Sidom haverá menos rigor, no dia do juízo, do que para vós.   
1123E tu, Cafarnaum, porventura serás elevada até o céu? até o hades descerás; porque, se em Sodoma se tivessem operado os milagres que em ti se operaram, teria ela permanecido até hoje.   
1124Contudo, eu vos digo que no dia do juízo haverá menos rigor para a terra de Sodoma do que para ti.   
1125Naquele tempo falou Jesus, dizendo: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos.   
1126Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado.   
1127Todas as coisas me foram entregues por meu Pai; e ninguém conhece plenamente o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece plenamente o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar.   
1128Vinde a mim, todos os que estai cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.   
1129Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas.   
1130Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo e leve.   
121Naquele tempo passou Jesus pelas searas num dia de sábado; e os seus discípulos, sentindo fome, começaram a colher espigas, e a comer.   
122Os fariseus, vendo isso, disseram-lhe: Eis que os teus discípulos estão fazendo o que não é lícito fazer no sábado.   
123Ele, porém, lhes disse: Acaso não lestes o que fez Davi, quando teve fome, ele e seus companheiros?   
124Como entrou na casa de Deus, e como eles comeram os pães da proposição, que não lhe era lícito comer, nem a seus companheiros, mas somente aos sacerdotes?   
125Ou não lestes na lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado, e ficam sem culpa?   
126Digo-vos, porém, que aqui está o que é maior do que o templo.   
127Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifícios, não condenaríeis os inocentes.   
128Porque o Filho do homem até do sábado é o Senhor.   
129Partindo dali, entrou Jesus na sinagoga deles.   
1210E eis que estava ali um homem que tinha uma das mãos atrofiadas; e eles, para poderem acusar a Jesus, o interrogaram, dizendo: É lícito curar nos sábados?   
1211E ele lhes disse: Qual dentre vós será o homem que, tendo uma só ovelha, se num sábado ela cair numa cova, não há de lançar mão dela, e tirá-la?   
1212Ora, quanto mais vale um homem do que uma ovelha! Portanto, é lícito fazer bem nos sábados.   
1213Então disse àquele homem: estende a tua mão. E ele a estendeu, e lhe foi restituída sã como a outra.   
1214Os fariseus, porém, saindo dali, tomaram conselho contra ele, para o matarem.   
1215Jesus, percebendo isso, retirou-se dali. Acompanharam-no muitos; e ele curou a todos,   
1216e advertiu-lhes que não o dessem a conhecer;   
1217para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías:   
1218Eis aqui o meu servo que escolhi, o meu amado em quem a minha alma se compraz; porei sobre ele o meu espírito, e ele anunciará aos gentios o juízo.   
1219Não contenderá, nem clamará, nem se ouvirá pelas ruas a sua voz.   
1220Não esmagará a cana quebrada, e não apagará o morrão que fumega, até que faça triunfar o juízo;   
1221e no seu nome os gentios esperarão.   
1222Trouxeram-lhe então um endemoninhado cego e mudo; e ele o curou, de modo que o mudo falava e via.   
1223E toda a multidão, maravilhada, dizia: É este, porventura, o Filho de Davi?   
1224Mas os fariseus, ouvindo isto, disseram: Este não expulsa os demônios senão por Belzebu, príncipe dos demônios.   
1225Jesus, porém, conhecendo-lhes os pensamentos, disse-lhes: Todo reino dividido contra si mesmo é devastado; e toda cidade, ou casa, dividida contra si mesma não subsistirá.   
1226Ora, se Satanás expulsa a Satanás, está dividido contra si mesmo; como subsistirá, pois, o seus reino?   
1227E, se eu expulso os demônios por Belzebu, por quem os expulsam os vossos filhos? Por isso, eles mesmos serão os vossos juízes.   
1228Mas, se é pelo Espírito de Deus que eu expulso os demônios, logo é chegado a vós o reino de Deus.   
1229Ou, como pode alguém entrar na casa do valente, e roubar-lhe os bens, se primeiro não amarrar o valente? e então lhe saquear a casa.   
1230Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha.   
1231Portanto vos digo: Todo pecado e blasfêmia se perdoará aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada.   
1232Se alguém disser alguma palavra contra o Filho do homem, isso lhe será perdoado; mas se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste mundo, nem no vindouro.   
1233Ou fazei a árvore boa, e o seu fruto bom; ou fazei a árvore má, e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore.   
1234Raça de víboras! como podeis vós falar coisas boas, sendo maus? pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca.   
1235O homem bom, do seu bom tesouro tira coisas boas, e o homem mau do mau tesouro tira coisas más.   
1236Digo-vos, pois, que de toda palavra fútil que os homens disserem, hão de dar conta no dia do juízo.   
1237Porque pelas tuas palavras serás justificado, e pelas tuas palavras serás condenado.   
1238Então alguns dos escribas e dos fariseus, tomando a palavra, disseram: Mestre, queremos ver da tua parte algum sinal.   
1239Mas ele lhes respondeu: Uma geração má e adúltera pede um sinal; e nenhum sinal se lhe dará, senão o do profeta Jonas;   
1240pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre do grande peixe, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra.   
1241Os ninivitas se levantarão no juízo com esta geração, e a condenarão; porque se arrependeram com a pregação de Jonas. E eis aqui quem é maior do que Jonas.   
1242A rainha do sul se levantará no juízo com esta geração, e a condenará; porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E eis aqui quem é maior do que Salomão.   
1243Ora, havendo o espírito imundo saido do homem, anda por lugares áridos, buscando repouso, e não o encontra.   
1244Então diz: Voltarei para minha casa, donde saí. E, chegando, acha-a desocupada, varrida e adornada.   
1245Então vai e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele e, entretanto, habitam ali; e o último estado desse homem vem a ser pior do que o primeiro. Assim há de acontecer também a esta geração perversa.   
1246Enquanto ele ainda falava às multidões, estavam do lado de fora sua mãe e seus irmãos, procurando falar-lhe.   
1247Disse-lhe alguém: Eis que estão ali fora tua mãe e teus irmãos, e procuram falar contigo.   
1248Ele, porém, respondeu ao que lhe falava: Quem é minha mãe? e quem são meus irmãos?   
1249E, estendendo a mão para os seus discípulos disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos.   
1250Pois qualquer que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, irmã e mãe.   
131No mesmo dia, tendo Jesus saído de casa, sentou-se à beira do mar;   
132e reuniram-se a ele grandes multidões, de modo que entrou num barco, e se sentou; e todo o povo estava em pé na praia.   
133E falou-lhes muitas coisas por parábolas, dizendo: Eis que o semeador saiu a semear.   
134e quando semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho, e vieram as aves e comeram.   
135E outra parte caiu em lugares pedregosos, onde não havia muita terra: e logo nasceu, porque não tinha terra profunda;   
136mas, saindo o sol, queimou-se e, por não ter raiz, secou-se.   
137E outra caiu entre espinhos; e os espinhos cresceram e a sufocaram.   
138Mas outra caiu em boa terra, e dava fruto, um a cem, outro a sessenta e outro a trinta por um.   
139Quem tem ouvidos, ouça.   
1310E chegando-se a ele os discípulos, perguntaram-lhe: Por que lhes falas por parábolas?   
1311Respondeu-lhes Jesus: Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado;   
1312pois ao que tem, dar-se-lhe-á, e terá em abundância; mas ao que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado.   
1313Por isso lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não vêem; e ouvindo, não ouvem nem entendem.   
1314E neles se cumpre a profecia de Isaías, que diz: Ouvindo, ouvireis, e de maneira alguma entendereis; e, vendo, vereis, e de maneira alguma percebereis.   
1315Porque o coração deste povo se endureceu, e com os ouvidos ouviram tardamente, e fecharam os olhos, para que não vejam com os olhos, nem ouçam com os ouvidos, nem entendam com o coração, nem se convertam, e eu os cure.   
1316Mas bem-aventurados os vossos olhos, porque vêem, e os vossos ouvidos, porque ouvem.   
1317Pois, em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes, e não o viram; e ouvir o que ouvis, e não o ouviram.   
1318Ouvi, pois, vós a parábola do semeador.   
1319A todo o que ouve a palavra do reino e não a entende, vem o Maligno e arrebata o que lhe foi semeado no coração; este é o que foi semeado à beira do caminho.   
1320E o que foi semeado nos lugares pedregosos, este é o que ouve a palavra, e logo a recebe com alegria;   
1321mas não tem raiz em si mesmo, antes é de pouca duração; e sobrevindo a angústia e a perseguição por causa da palavra, logo se escandaliza.   
1322E o que foi semeado entre os espinhos, este é o que ouve a palavra; mas os cuidados deste mundo e a sedução das riquezas sufocam a palavra, e ela fica infrutífera.   
1323Mas o que foi semeado em boa terra, este é o que ouve a palavra, e a entende; e dá fruto, e um produz cem, outro sessenta, e outro trinta.   
1324Propôs-lhes outra parábola, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao homem que semeou boa semente no seu campo;   
1325mas, enquanto os homens dormiam, veio o inimigo dele, semeou joio no meio do trigo, e retirou-se.   
1326Quando, porém, a erva cresceu e começou a espigar, então apareceu também o joio.   
1327Chegaram, pois, os servos do proprietário, e disseram-lhe: Senhor, não semeaste no teu campo boa semente? Donde, pois, vem o joio?   
1328Respondeu-lhes: Algum inimigo é quem fez isso. E os servos lhe disseram: Queres, pois, que vamos arrancá-lo?   
1329Ele, porém, disse: Não; para que, ao colher o joio, não arranqueis com ele também o trigo.   
1330Deixai crescer ambos juntos até a ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Ajuntai primeiro o joio, e atai-o em molhos para o queimar; o trigo, porém, recolhei-o no meu celeiro.   
1331Propôs-lhes outra parábola, dizendo: O reino dos céus é semelhante a um grão de mostarda que um homem tomou, e semeou no seu campo;   
1332o qual é realmente a menor de todas as sementes; mas, depois de ter crescido, é a maior das hortaliças, e faz-se árvore, de sorte que vêm as aves do céu, e se aninham nos seus ramos.   
1333Outra parábola lhes disse: O reino dos céus é semelhante ao fermento que uma mulher tomou e misturou com três medidas de farinha, até ficar tudo levedado.   
1334Todas estas coisas falou Jesus às multidões por parábolas, e sem parábolas nada lhes falava;   
1335para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta: Abrirei em parábolas a minha boca; publicarei coisas ocultas desde a fundação do mundo.   
1336Então Jesus, deixando as multidões, entrou em casa. E chegaram-se a ele os seus discípulos, dizendo: Explica-nos a parábola do joio do campo.   
1337E ele, respondendo, disse: O que semeia a boa semente é o Filho do homem;   
1338o campo é o mundo; a boa semente são os filhos do reino; o o joio são os filhos do maligno;   
1339o inimigo que o semeou é o Diabo; a ceifa é o fim do mundo, e os celeiros são os anjos.   
1340Pois assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será no fim do mundo.   
1341Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles ajuntarão do seu reino todos os que servem de tropeço, e os que praticam a iniquidade,   
1342e lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá choro e ranger de dentes.   
1343Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos, ouça.   
1344O reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido no campo, que um homem, ao descobrí-lo, esconde; então, movido de gozo, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo.   
1345Outrossim, o reino dos céus é semelhante a um negociante que buscava boas pérolas;   
1346e encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha, e a comprou.   
1347Igualmente, o reino dos céus é semelhante a uma rede lançada ao mar, e que apanhou toda espécie de peixes.   
1348E, quando cheia, puxaram-na para a praia; e, sentando-se, puseram os bons em cestos; os ruins, porém, lançaram fora.   
1349Assim será no fim do mundo: sairão os anjos, e separarão os maus dentre os justos,   
1350e lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá choro e ranger de dentes.   
1351Entendestes todas estas coisas? Disseram-lhe eles: Entendemos.   
1352E disse-lhes: Por isso, todo escriba que se fez discípulo do reino dos céus é semelhante a um homem, proprietário, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas.   
1353E Jesus, tendo concluido estas parábolas, se retirou dali.   
1354E, chegando à sua terra, ensinava o povo na sinagoga, de modo que este se maravilhava e dizia: Donde lhe vem esta sabedoria, e estes poderes milagrosos?   
1355Não é este o filho do carpinteiro? e não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, José, Simão, e Judas?   
1356E não estão entre nós todas as suas irmãs? Donde lhe vem, pois, tudo isto?   
1357E escandalizavam-se dele. Jesus, porém, lhes disse: Um profeta não fica sem honra senão na sua terra e na sua própria casa.   
1358E não fez ali muitos milagres, por causa da incredulidade deles.   
141Naquele tempo Herodes, o tetrarca, ouviu a fama de Jesus,   
142e disse aos seus cortesãos: Este é João, o Batista; ele ressuscitou dentre os mortos, e por isso estes poderes milagrosos operam nele.   
143Pois Herodes havia prendido a João, e, maniatando-o, o guardara no cárcere, por causa de Herodias, mulher de seu irmão Felipe;   
144porque João lhe dizia: Não te é lícito possuí-la.   
145E queria matá-lo, mas temia o povo; porque o tinham como profeta.   
146Festejando-se, porém, o dia natalício de Herodes, a filha de Herodias dançou no meio dos convivas, e agradou a Herodes,   
147pelo que este prometeu com juramento dar-lhe tudo o que pedisse.   
148E instigada por sua mãe, disse ela: Dá-me aqui num prato a cabeça de João, o Batista.   
149Entristeceu-se, então, o rei; mas, por causa do juramento, e dos que estavam à mesa com ele, ordenou que se lhe desse,   
1410e mandou degolar a João no cárcere;   
1411e a cabeça foi trazida num prato, e dada à jovem, e ela a levou para a sua mãe.   
1412Então vieram os seus discípulos, levaram o corpo e o sepultaram; e foram anunciá-lo a Jesus.   
1413Jesus, ouvindo isto, retirou-se dali num barco, para um, lugar deserto, à parte; e quando as multidões o souberam, seguiram-no a pé desde as cidades.   
1414E ele, ao desembarcar, viu uma grande multidão; e, compadecendo-se dela, curou os seus enfermos.   
1415Chegada a tarde, aproximaram-se dele os discípulos, dizendo: O lugar é deserto, e a hora é já passada; despede as multidões, para que vão às aldeias, e comprem o que comer.   
1416Jesus, porém, lhes disse: Não precisam ir embora; dai-lhes vós de comer.   
1417Então eles lhe disseram: Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes.   
1418E ele disse: trazei-mos aqui.   
1419Tendo mandado às multidões que se reclinassem sobre a relva, tomou os cinco pães e os dois peixes e, erguendo os olhos ao céu, os abençoou; e partindo os pães, deu-os aos discípulos, e os discípulos às multidões.   
1420Todos comeram e se fartaram; e dos pedaços que sobejaram levantaram doze cestos cheios.   
1421Ora, os que comeram foram cerca de cinco mil homens, além de mulheres e crianças.   
1422Logo em seguida obrigou os seus discípulos a entrar no barco, e passar adiante dele para o outro lado, enquanto ele despedia as multidões.   
1423Tendo-as despedido, subiu ao monte para orar à parte. Ao anoitecer, estava ali sozinho.   
1424Entrementes, o barco já estava a muitos estádios da terra, açoitado pelas ondas; porque o vento era contrário.   
1425Â quarta vigília da noite, foi Jesus ter com eles, andando sobre o mar.   
1426Os discípulos, porém, ao vê-lo andando sobre o mar, assustaram-se e disseram: É um fantasma. E gritaram de medo.   
1427Jesus, porém, imediatamente lhes falou, dizendo: Tende ânimo; sou eu; não temais.   
1428Respondeu-lhe Pedro: Senhor! se és tu, manda-me ir ter contigo sobre as águas.   
1429Disse-lhe ele: Vem. Pedro, descendo do barco, e andando sobre as águas, foi ao encontro de Jesus.   
1430Mas, sentindo o vento, teve medo; e, começando a submergir, clamou: Senhor, salva-me.   
1431Imediatamente estendeu Jesus a mão, segurou-o, e disse-lhe: Homem de pouca fé, por que duvidaste?   
1432E logo que subiram para o barco, o vento cessou.   
1433Então os que estavam no barco adoraram-no, dizendo: Verdadeiramente tu és Filho de Deus.   
1434Ora, terminada a travessia, chegaram à terra em Genezaré.   
1435Quando os homens daquele lugar o reconheceram, mandaram por toda aquela circunvizinhança, e trouxeram-lhe todos os enfermos;   
1436e rogaram-lhe que apenas os deixasse tocar a orla do seu manto; e todos os que a tocaram ficaram curados.   
151Então chegaram a Jesus uns fariseus e escribas vindos de Jerusalém, e lhe perguntaram:   
152Por que transgridem os teus discípulos a tradição dos anciãos? pois não lavam as mãos, quando comem.   
153Ele, porém, respondendo, disse-lhes: E vós, por que transgredis o mandamento de Deus por causa da vossa tradição?   
154Pois Deus ordenou: Honra a teu pai e a tua mãe; e, Quem maldisser a seu pai ou a sua mãe, certamente morrerá.   
155Mas vós dizeis: Qualquer que disser a seu pai ou a sua mãe: O que poderias aproveitar de mim é oferta ao Senhor; esse de modo algum terá de honrar a seu pai.   
156E assim por causa da vossa tradição invalidastes a palavra de Deus.   
157Hipócritas! bem profetizou Isaias a vosso respeito, dizendo:   
158Este povo honra-me com os lábios; o seu coração, porém, está longe de mim.   
159Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homem.   
1510E, clamando a si a multidão, disse-lhes: Ouvi, e entendei:   
1511Não é o que entra pela boca que contamina o homem; mas o que sai da boca, isso é o que o contamina.   
1512Então os discípulos, aproximando-se dele, perguntaram-lhe: Sabes que os fariseus, ouvindo essas palavras, se escandalizaram?   
1513Respondeu-lhes ele: Toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada.   
1514Deixai-os; são guias cegos; ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão no barranco.   
1515E Pedro, tomando a palavra, disse-lhe: Explica-nos essa parábola.   
1516Respondeu Jesus: Estai vós também ainda sem entender?   
1517Não compreendeis que tudo o que entra pela boca desce pelo ventre, e é lançado fora?   
1518Mas o que sai da boca procede do coração; e é isso o que contamina o homem.   
1519Porque do coração procedem os maus pensamentos, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias.   
1520São estas as coisas que contaminam o homem; mas o comer sem lavar as mãos, isso não o contamina.   
1521Ora, partindo Jesus dali, retirou-se para as regiões de Tiro e Sidom.   
1522E eis que uma mulher cananéia, provinda daquelas cercania, clamava, dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de mim, que minha filha está horrivelmente endemoninhada.   
1523Contudo ele não lhe respondeu palavra. Chegando-se, pois, a ele os seus discípulos, rogavam-lhe, dizendo: Despede-a, porque vem clamando atrás de nós.   
1524Respondeu-lhes ele: Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.   
1525Então veio ela e, adorando-o, disse: Senhor, socorre-me.   
1526Ele, porém, respondeu: Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos.   
1527Ao que ela disse: Sim, Senhor, mas até os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos.   
1528Então respondeu Jesus, e disse-lhe: ç mulher, grande é a tua fé! seja-te feito como queres. E desde aquela hora sua filha ficou sã.   
1529Partindo Jesus dali, chegou ao pé do mar da Galiléia; e, subindo ao monte, sentou-se ali.   
1530E vieram a ele grandes multidões, trazendo consigo coxos, aleijados, cegos, mudos, e outros muitos, e lhos puseram aos pés; e ele os curou;   
1531de modo que a multidão se admirou, vendo mudos a falar, aleijados a ficar sãos, coxos a andar, cegos a ver; e glorificaram ao Deus de Israel.   
1532Jesus chamou os seus discípulos, e disse: Tenho compaixão da multidão, porque já faz três dias que eles estão comigo, e não têm o que comer; e não quero despedi-los em jejum, para que não desfaleçam no caminho.   
1533Disseram-lhe os discípulos: Donde nos viriam num deserto tantos pães, para fartar tamanha multidão?   
1534Perguntou-lhes Jesus: Quantos pães tendes? E responderam: Sete, e alguns peixinhos.   
1535E tendo ele ordenado ao povo que se sentasse no chão,   
1536tomou os sete pães e os peixes, e havendo dado graças, partiu-os, e os entregava aos discípulos, e os discípulos á multidão.   
1537Assim todos comeram, e se fartaram; e do que sobejou dos pedaços levantaram sete alcofas cheias.   
1538Ora, os que tinham comido eram quatro mil homens além de mulheres e crianças.   
1539E havendo Jesus despedido a multidão, entrou no barco, e foi para os confins de Magadã.   
161Então chegaram a ele os fariseus e os saduceus e, para o experimentarem, pediram-lhe que lhes mostrasse algum sinal do céu.   
162Mas ele respondeu, e disse-lhes: Ao cair da tarde, dizeis: Haverá bom tempo, porque o céu está rubro.   
163E pela manhã: Hoje haverá tempestade, porque o céu está de um vermelho sombrio. Ora, sabeis discernir o aspecto do céu, e não podeis discernir os sinais dos tempos?   
164Uma geração má e adúltera pede um sinal, e nenhum sinal lhe será dado, senão o de Jonas. E, deixando-os, retirou-se.   
165Quando os discípulos passaram para o outro lado, esqueceram- se de levar pão.   
166E Jesus lhes disse: Olhai, e acautelai-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus.   
167Pelo que eles arrazoavam entre si, dizendo: É porque não trouxemos pão.   
168E Jesus, percebendo isso, disse: Por que arrazoais entre vós por não terdes pão, homens de pouca fé?   
169Não compreendeis ainda, nem vos lembrais dos cinco pães para os cinco mil, e de quantos cestos levantastes?   
1610Nem dos sete pães para os quatro mil, e de quantas alcofas levantastes?   
1611Como não compreendeis que não nos falei a respeito de pães? Mas guardai-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus.   
1612Então entenderam que não dissera que se guardassem, do fermento dos pães, mas da doutrina dos fariseus e dos saduceus.   
1613Tendo Jesus chegado às regiões de Cesaréia de Felipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem?   
1614Responderam eles: Uns dizem que é João, o Batista; outros, Elias; outros, Jeremias, ou algum dos profetas.   
1615Mas vós, perguntou-lhes Jesus, quem dizeis que eu sou?   
1616Respondeu-lhe Simão Pedro: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.   
1617Disse-lhe Jesus: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelou, mas meu Pai, que está nos céus.   
1618Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do hades não prevalecerão contra ela;   
1619dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares, pois, na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus.   
1620Então ordenou aos discípulos que a ninguém dissessem que ele era o Cristo.   
1621Desde então começou Jesus Cristo a mostrar aos seus discípulos que era necessário que ele fosse a Jerusalém, que padecesse muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes, e dos escribas, que fosse morto, e que ao terceiro dia ressuscitasse.   
1622E Pedro, tomando-o à parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Tenha Deus compaixão de ti, Senhor; isso de modo nenhum te acontecerá.   
1623Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não estás pensando nas coisas que são de Deus, mas sim nas que são dos homens.   
1624Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me;   
1625pois, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á.   
1626Pois que aproveita ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua vida? ou que dará o homem em troca da sua vida?   
1627Porque o Filho do homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então retribuirá a cada um segundo as suas obras.   
1628Em verdade vos digo, alguns dos que aqui estão de modo nenhum provarão a morte até que vejam vir o Filho do homem no seu reino.   
171Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, a Tiago e a João, irmão deste, e os conduziu à parte a um alto monte;   
172e foi transfigurado diante deles; o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz.   
173E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele.   
174Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, farei aqui três cabanas, uma para ti, outra para Moisés, e outra para Elias.   
175Estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu; e dela saiu uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi.   
176Os discípulos, ouvindo isso, cairam com o rosto em terra, e ficaram grandemente atemorizados.   
177Chegou-se, pois, Jesus e, tocando-os, disse: Levantai-vos e não temais.   
178E, erguendo eles os olhos, não viram a ninguém senão a Jesus somente.   
179Enquanto desciam do monte, Jesus lhes ordenou: A ninguém conteis a visão, até que o Filho do homem seja levantado dentre os mortos.   
1710Perguntaram-lhe os discípulos: Por que dizem então os escribas que é necessário que Elias venha primeiro?   
1711Respondeu ele: Na verdade Elias havia de vir e restaurar todas as coisas;   
1712digo-vos, porém, que Elias já veio, e não o reconheceram; mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim também o Filho do homem há de padecer às mãos deles.   
1713Então entenderam os discípulos que lhes falava a respeito de João, o Batista.   
1714Quando chegaram à multidão, aproximou-se de Jesus um homem que, ajoelhando-se diante dele, disse:   
1715Senhor, tem compaixão de meu filho, porque é epiléptico e sofre muito; pois muitas vezes cai no fogo, e muitas vezes na água.   
1716Eu o trouxe aos teus discípulos, e não o puderam curar.   
1717E Jesus, respondendo, disse: Ó geração incrédula e perversa! até quando estarei convosco? até quando vos sofrerei? Trazei-mo aqui.   
1718Então Jesus repreendeu ao demônio, o qual saiu de menino, que desde aquela hora ficou curado.   
1719Depois os discípulos, aproximando-se de Jesus em particular, perguntaram-lhe: Por que não pudemos nós expulsá-lo?   
1720Disse-lhes ele: Por causa da vossa pouca fé; pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele há de passar; e nada vos será impossível.   
1721[mas esta casta de demônios não se expulsa senão à força de oração e de jejum.]   
1722Ora, achando-se eles na Galiléia, disse-lhes Jesus: O Filho do homem está para ser entregue nas mãos dos homens;   
1723e matá-lo-ão, e ao terceiro dia ressurgirá. E eles se entristeceram grandemente.   
1724Tendo eles chegado a Cafarnaum, aproximaram-se de Pedro os que cobravam as didracmas, e lhe perguntaram: O vosso mestre não paga as didracmas?   
1725Disse ele: Sim. Ao entrar Pedro em casa, Jesus se lhe antecipou, perguntando: Que te parece, Simão? De quem cobram os reis da terra imposto ou tributo? dos seus filhos, ou dos alheios?   
1726Quando ele respondeu: Dos alheios, disse-lhe Jesus: Logo, são isentos os filhos.   
1727Mas, para que não os escandalizemos, vai ao mar, lança o anzol, tira o primeiro peixe que subir e, abrindo-lhe a boca, encontrarás um estáter; toma-o, e dá-lho por mim e por ti.   
181Naquela hora chegaram-se a Jesus os discípulos e perguntaram: Quem é o maior no reino dos céus?   
182Jesus, chamando uma criança, colocou-a no meio deles,   
183e disse: Em verdade vos digo que se não vos converterdes e não vos fizerdes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus.   
184Portanto, quem se tornar humilde como esta criança, esse é o maior no reino dos céus.   
185E qualquer que receber em meu nome uma criança tal como esta, a mim me recebe.   
186Mas qualquer que fizer tropeçar um destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e se submergisse na profundeza do mar.   
187Ai do mundo, por causa dos tropeços! pois é inevitável que venham; mas ai do homem por quem o tropeço vier!   
188Se, pois, a tua mão ou o teu pé te fizer tropeçar, corta-o, lança-o de ti; melhor te é entrar na vida aleijado, ou coxo, do que, tendo duas mãos ou dois pés, ser lançado no fogo eterno.   
189E, se teu olho te fizer tropeçar, arranca-o, e lança-o de ti; melhor te é entrar na vida com um só olho, do que tendo dois olhos, ser lançado no inferno de fogo.   
1810Vede, não desprezeis a nenhum destes pequeninos; pois eu vos digo que os seus anjos nos céus sempre vêm a face de meu Pai, que está nos céus.   
1811[Porque o Filho do homem veio salvar o que se havia perdido.]   
1812Que vos parece? Se alguém tiver cem ovelhas, e uma delas se extraviar, não deixará as noventa e nove nos montes para ir buscar a que se extraviou?   
1813E, se acontecer achá-la, em verdade vos digo que maior prazer tem por esta do que pelas noventa e nove que não se extraviaram.   
1814Assim também não é da vontade de vosso Pai que está nos céus, que venha a perecer um só destes pequeninos.   
1815Ora, se teu irmão pecar, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, terás ganho teu irmão;   
1816mas se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda palavra seja confirmada.   
1817Se recusar ouvi-los, dize-o à igreja; e, se também recusar ouvir a igreja, considera-o como gentio e publicano.   
1818Em verdade vos digo: Tudo quanto ligardes na terra será ligado no céu; e tudo quanto desligardes na terra será desligado no céu.   
1819Ainda vos digo mais: Se dois de vós na terra concordarem acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos céus.   
1820Pois onde se acham dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.   
1821Então Pedro, aproximando-se dele, lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu hei de perdoar? Até sete?   
1822Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete; mas até setenta vezes sete.   
1823Por isso o reino dos céus é comparado a um rei que quis tomar contas a seus servos;   
1824e, tendo começado a tomá-las, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil talentos;   
1825mas não tendo ele com que pagar, ordenou seu senhor que fossem vendidos, ele, sua mulher, seus filhos, e tudo o que tinha, e que se pagasse a dívida.   
1826Então aquele servo, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Senhor, tem paciência comigo, que tudo te pagarei.   
1827O senhor daquele servo, pois, movido de compaixão, soltou-o, e perdoou-lhe a dívida.   
1828Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos, que lhe devia cem denários; e, segurando-o, o sufocava, dizendo: Paga o que me deves.   
1829Então o seu companheiro, caindo-lhe aos pés, rogava-lhe, dizendo: Tem paciência comigo, que te pagarei.   
1830Ele, porém, não quis; antes foi encerrá-lo na prisão, até que pagasse a dívida.   
1831Vendo, pois, os seus conservos o que acontecera, contristaram-se grandemente, e foram revelar tudo isso ao seu senhor.   
1832Então o seu senhor, chamando-o á sua presença, disse-lhe: Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste;   
1833não devias tu também ter compaixão do teu companheiro, assim como eu tive compaixão de ti?   
1834E, indignado, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que pagasse tudo o que lhe devia.   
1835Assim vos fará meu Pai celestial, se de coração não perdoardes, cada um a seu irmão.   
191Tendo Jesus concluído estas palavras, partiu da Galiléia, e foi para os confins da Judéia, além do Jordão;   
192e seguiram-no grandes multidões, e curou-os ali.   
193Aproximaram-se dele alguns fariseus que o experimentavam, dizendo: É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo?   
194Respondeu-lhe Jesus: Não tendes lido que o Criador os fez desde o princípio homem e mulher,   
195e que ordenou: Por isso deixará o homem pai e mãe, e unir-se-á a sua mulher; e serão os dois uma só carne?   
196Assim já não são mais dois, mas um só carne. Portanto o que Deus ajuntou, não o separe o homem.   
197Responderam-lhe: Então por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio e repudiá-la?   
198Disse-lhes ele: Pela dureza de vossos corações Moisés vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas não foi assim desde o princípio.   
199Eu vos digo porém, que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de infidelidade, e casar com outra, comete adultério; [e o que casar com a repudiada também comete adultério.]   
1910Disseram-lhe os discípulos: Se tal é a condição do homem relativamente à mulher, não convém casar.   
1911Ele, porém, lhes disse: Nem todos podem aceitar esta palavra, mas somente aqueles a quem é dado.   
1912Porque há eunucos que nasceram assim; e há eunucos que pelos homens foram feitos tais; e outros há que a si mesmos se fizeram eunucos por causa do reino dos céus. Quem pode aceitar isso, aceite-o.   
1913Então lhe trouxeram algumas crianças para que lhes impusesse as mãos, e orasse; mas os discípulos os repreenderam.   
1914Jesus, porém, disse: Deixai as crianças e não as impeçais de virem a mim, porque de tais é o reino dos céus.   
1915E, depois de lhes impor as mãos, partiu dali.   
1916E eis que se aproximou dele um jovem, e lhe disse: Mestre, que bem farei para conseguir a vida eterna?   
1917Respondeu-lhe ele: Por que me perguntas sobre o que é bom? Um só é bom; mas se é que queres entrar na vida, guarda os mandamentos.   
1918Perguntou-lhe ele: Quais? Respondeu Jesus: Não matarás; não adulterarás; não furtarás; não dirás falso testemunho;   
1919honra a teu pai e a tua mãe; e amarás o teu próximo como a ti mesmo.   
1920Disse-lhe o jovem: Tudo isso tenho guardado; que me falta ainda?   
1921Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, segue- me.   
1922Mas o jovem, ouvindo essa palavra, retirou-se triste; porque possuía muitos bens.   
1923Disse então Jesus aos seus discípulos: Em verdade vos digo que um rico dificilmente entrará no reino dos céus.   
1924E outra vez vos digo que é mais fácil um camelo passar pelo fundo duma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus.   
1925Quando os seus discípulos ouviram isso, ficaram grandemente maravilhados, e perguntaram: Quem pode, então, ser salvo?   
1926Jesus, fixando neles o olhar, respondeu: Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível.   
1927Então Pedro, tomando a palavra, disse-lhe: Eis que nós deixamos tudo, e te seguimos; que recompensa, pois, teremos nós?   
1928Ao que lhe disse Jesus: Em verdade vos digo a vós que me seguistes, que na regeneração, quando o Filho do homem se assentar no trono da sua glória, sentar-vos-eis também vós sobre doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel.   
1929E todo o que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou filhos, ou terras, por amor do meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna.   
1930Entretanto, muitos que são primeiros serão últimos; e muitos que são últimos serão primeiros.   
201Porque o reino dos céus é semelhante a um homem, proprietário, que saiu de madrugada a contratar trabalhadores para a sua vinha.   
202Ajustou com os trabalhadores o salário de um denário por dia, e mandou-os para a sua vinha.   
203Cerca da hora terceira saiu, e viu que estavam outros, ociosos, na praça,   
204e disse-lhes: Ide também vós para a vinha, e dar-vos-ei o que for justo. E eles foram.   
205Outra vez saiu, cerca da hora sexta e da nona, e fez o mesmo.   
206Igualmente, cerca da hora undécima, saiu e achou outros que lá estavam, e perguntou-lhes: Por que estais aqui ociosos o dia todo?   
207Responderam-lhe eles: Porque ninguém nos contratou. Disse- lhes ele: Ide também vós para a vinha.   
208Ao anoitecer, disse o senhor da vinha ao seu mordomo: Chama os trabalhadores, e paga-lhes o salário, começando pelos últimos até os primeiros.   
209Chegando, pois, os que tinham ido cerca da hora undécima, receberam um denário cada um.   
2010Vindo, então, os primeiros, pensaram que haviam de receber mais; mas do mesmo modo receberam um denário cada um.   
2011E ao recebê-lo, murmuravam contra o proprietário, dizendo:   
2012Estes últimos trabalharam somente uma hora, e os igualastes a nós, que suportamos a fadiga do dia inteiro e o forte calor.   
2013Mas ele, respondendo, disse a um deles: Amigo, não te faço injustiça; não ajustaste comigo um denário?   
2014Toma o que é teu, e vai-te; eu quero dar a este último tanto como a ti.   
2015Não me é lícito fazer o que quero do que é meu? Ou é mau o teu olho porque eu sou bom?   
2016Assim os últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos.   
2017Estando Jesus para subir a Jerusalém, chamou à parte os doze e no caminho lhes disse:   
2018Eis que subimos a Jerusalém, e o Filho do homem será entregue aos principais sacerdotes e aos escribas, e eles o condenarão à morte,   
2019e o entregarão aos gentios para que dele escarneçam, e o açoitem e crucifiquem; e ao terceiro dia ressuscitará.   
2020Aproximou-se dele, então, a mãe dos filhos de Zebedeu, com seus filhos, ajoelhando-se e fazendo-lhe um pedido.   
2021Perguntou-lhe Jesus: Que queres? Ela lhe respondeu: Concede que estes meus dois filhos se sentem, um à tua direita e outro à tua esquerda, no teu reino.   
2022Jesus, porém, replicou: Não sabeis o que pedis; podeis beber o cálice que eu estou para beber? Responderam-lhe: Podemos.   
2023Então lhes disse: O meu cálice certamente haveis de beber; mas o sentar-se à minha direita e à minha esquerda, não me pertence concedê-lo; mas isso é para aqueles para quem está preparado por meu Pai.   
2024E ouvindo isso os dez, indignaram-se contra os dois irmãos.   
2025Jesus, pois, chamou-os para junto de si e lhes disse: Sabeis que os governadores dos gentios os dominam, e os seus grandes exercem autoridades sobre eles.   
2026Não será assim entre vós; antes, qualquer que entre vós quiser tornar-se grande, será esse o que vos sirva;   
2027e qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, será vosso servo;   
2028assim como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos.   
2029Saindo eles de Jericó, seguiu-o uma grande multidão;   
2030e eis que dois cegos, sentados junto do caminho, ouvindo que Jesus passava, clamaram, dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de nós.   
2031E a multidão os repreendeu, para que se calassem; eles, porém, clamaram ainda mais alto, dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de nós.   
2032E Jesus, parando, chamou-os e perguntou: Que quereis que vos faça?   
2033Disseram-lhe eles: Senhor, que se nos abram os olhos.   
2034E Jesus, movido de compaixão, tocou-lhes os olhos, e imediatamente recuperaram a vista, e o seguiram.   
211Quando se aproximaram de Jerusalém, e chegaram a Betfagé, ao Monte das Oliveiras, enviou Jesus dois discípulos, dizendo-lhes:   
212Ide à aldeia que está defronte de vós, e logo encontrareis uma jumenta presa, e um jumentinho com ela; desprendei-a, e trazei- mos.   
213E, se alguém vos disser alguma coisa, respondei: O Senhor precisa deles; e logo os enviará.   
214Ora, isso aconteceu para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta:   
215Dizei à filha de Sião: Eis que aí te vem o teu Rei, manso e montado em um jumento, em um jumentinho, cria de animal de carga.   
216Indo, pois, os discípulos e fazendo como Jesus lhes ordenara,   
217trouxeram a jumenta e o jumentinho, e sobre eles puseram os seus mantos, e Jesus montou.   
218E a maior parte da multidão estendeu os seus mantos pelo caminho; e outros cortavam ramos de árvores, e os espalhavam pelo caminho.   
219E as multidões, tanto as que o precediam como as que o seguiam, clamavam, dizendo: Hosana ao Filho de Davi! bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!   
2110Ao entrar ele em Jerusalém, agitou-se a cidade toda e perguntava: Quem é este?   
2111E as multidões respondiam: Este é o profeta Jesus, de Nazaré da Galiléia.   
2112Então Jesus entrou no templo, expulsou todos os que ali vendiam e compravam, e derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas;   
2113e disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; vós, porém, a fazeis covil de salteadores.   
2114E chegaram-se a ele no templo cegos e coxos, e ele os curou.   
2115Vendo, porém, os principais sacerdotes e os escribas as maravilhas que ele fizera, e os meninos que clamavam no templo: Hosana ao Filho de Davi, indignaram-se,   
2116e perguntaram-lhe: Ouves o que estes estão dizendo? Respondeu-lhes Jesus: Sim; nunca lestes: Da boca de pequeninos e de criancinhas de peito tiraste perfeito louvor?   
2117E deixando-os, saiu da cidade para Betânia, e ali passou a noite.   
2118Ora, de manhã, ao voltar à cidade, teve fome;   
2119e, avistando uma figueira à beira do caminho, dela se aproximou, e não achou nela senão folhas somente; e disse-lhe: Nunca mais nasça fruto de ti. E a figueira secou imediatamente.   
2120Quando os discípulos viram isso, perguntaram admirados: Como é que imediatamente secou a figueira?   
2121Jesus, porém, respondeu-lhes: Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidardes, não só fareis o que foi feito à figueira, mas até, se a este monte disserdes: Ergue-te e lança-te no mar, isso será feito;   
2122e tudo o que pedirdes na oração, crendo, recebereis.   
2123Tendo Jesus entrado no templo, e estando a ensinar, aproximaram-se dele os principais sacerdotes e os anciãos do povo, e perguntaram: Com que autoridade fazes tu estas coisas? e quem te deu tal autoridade?   
2124Respondeu-lhes Jesus: Eu também vos perguntarei uma coisa; se ma disserdes, eu de igual modo vos direi com que autoridade faço estas coisas.   
2125O batismo de João, donde era? do céu ou dos homens? Ao que eles arrazoavam entre si: Se dissermos: Do céu, ele nos dirá: Então por que não o crestes?   
2126Mas, se dissermos: Dos homens, tememos o povo; porque todos consideram João como profeta.   
2127Responderam, pois, a Jesus: Não sabemos. Disse-lhe ele: Nem eu vos digo com que autoridade faço estas coisas.   
2128Mas que vos parece? Um homem tinha dois filhos, e, chegando- se ao primeiro, disse: Filho, vai trabalhar hoje na vinha.   
2129Ele respondeu: Sim, senhor; mas não foi.   
2130Chegando-se, então, ao segundo, falou-lhe de igual modo; respondeu-lhe este: Não quero; mas depois, arrependendo-se, foi.   
2131Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram eles: O segundo. Disse-lhes Jesus: Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no reino de Deus.   
2132Pois João veio a vós no caminho da justiça, e não lhe deste crédito, mas os publicanos e as meretrizes lho deram; vós, porém, vendo isto, nem depois vos arrependestes para crerdes nele.   
2133Ouvi ainda outra parábola: Havia um homem, proprietário, que plantou uma vinha, cercou-a com uma sebe, cavou nela um lagar, e edificou uma torre; depois arrendou-a a uns lavradores e ausentou-se do país.   
2134E quando chegou o tempo dos frutos, enviou os seus servos aos lavradores, para receber os seus frutos.   
2135E os lavradores, apoderando-se dos servos, espancaram um, mataram outro, e a outro apedrejaram.   
2136Depois enviou ainda outros servos, em maior número do que os primeiros; e fizeram-lhes o mesmo.   
2137Por último enviou-lhes seu filho, dizendo: A meu filho terão respeito.   
2138Mas os lavradores, vendo o filho, disseram entre si: Este é o herdeiro; vinde, matemo-lo, e apoderemo-nos da sua herança.   
2139E, agarrando-o, lançaram-no fora da vinha e o mataram.   
2140Quando, pois, vier o senhor da vinha, que fará àqueles lavradores?   
2141Responderam-lhe eles: Fará perecer miseravelmente a esses maus, e arrendará a vinha a outros lavradores, que a seu tempo lhe entreguem os frutos.   
2142Disse-lhes Jesus: Nunca lestes nas Escrituras: A pedra que os edificadores rejeitaram, essa foi posta como pedra angular; pelo Senhor foi feito isso, e é maravilhoso aos nossos olhos?   
2143Portanto eu vos digo que vos será tirado o reino de Deus, e será dado a um povo que dê os seus frutos.   
2144E quem cair sobre esta pedra será despedaçado; mas aquele sobre quem ela cair será reduzido a pó.   
2145Os principais sacerdotes e os fariseus, ouvindo essas parábolas, entenderam que era deles que Jesus falava.   
2146E procuravam prendê-lo, mas temeram o povo, porquanto este o tinha por profeta.   
221Então Jesus tornou a falar-lhes por parábolas, dizendo:   
222O reino dos céus é semelhante a um rei que celebrou as bodas de seu filho.   
223Enviou os seus servos a chamar os convidados para as bodas, e estes não quiseram vir.   
224Depois enviou outros servos, ordenando: Dizei aos convidados: Eis que tenho o meu jantar preparado; os meus bois e cevados já estão mortos, e tudo está pronto; vinde às bodas.   
225Eles, porém, não fazendo caso, foram, um para o seu campo, outro para o seu negócio;   
226e os outros, apoderando-se dos servos, os ultrajaram e mataram.   
227Mas o rei encolerizou-se; e enviando os seus exércitos, destruiu aqueles homicidas, e incendiou a sua cidade.   
228Então disse aos seus servos: As bodas, na verdade, estão preparadas, mas os convidados não eram dignos.   
229Ide, pois, pelas encruzilhadas dos caminhos, e a quantos encontrardes, convidai-os para as bodas.   
2210E saíram aqueles servos pelos caminhos, e ajuntaram todos quantos encontraram, tanto maus como bons; e encheu-se de convivas a sala nupcial.   
2211Mas, quando o rei entrou para ver os convivas, viu ali um homem que não trajava veste nupcial;   
2212e perguntou-lhe: Amigo, como entraste aqui, sem teres veste nupcial? Ele, porém, emudeceu.   
2213Ordenou então o rei aos servos: Amarrai-o de pés e mãos, e lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes.   
2214Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos.   
2215Então os fariseus se retiraram e consultaram entre si como o apanhariam em alguma palavra;   
2216e enviaram-lhe os seus discípulos, juntamente com os herodianos, a dizer; Mestre, sabemos que és verdadeiro, e que ensinas segundo a verdade o caminho de Deus, e de ninguém se te dá, porque não olhas a aparência dos homens.   
2217Dize-nos, pois, que te parece? É lícito pagar tributo a César, ou não?   
2218Jesus, porém, percebendo a sua malícia, respondeu: Por que me experimentais, hipócritas?   
2219Mostrai-me a moeda do tributo. E eles lhe apresentaram um denário.   
2220Perguntou-lhes ele: De quem é esta imagem e inscrição?   
2221Responderam: De César. Então lhes disse: Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.   
2222Ao ouvirem isso, ficaram admirados; e, deixando-o, se retiraram.   
2223No mesmo dia vieram alguns saduceus, que dizem não haver ressurreição, e o interrogaram, dizendo:   
2224Mestre, Moisés disse: Se morrer alguém, não tendo filhos, seu irmão casará com a mulher dele, e suscitará descendência a seu irmão.   
2225Ora, havia entre nós sete irmãos: o primeiro, tendo casado, morreu: e, não tendo descendência, deixou sua mulher a seu irmão;   
2226da mesma sorte também o segundo, o terceiro, até o sétimo.   
2227depois de todos, morreu também a mulher.   
2228Portanto, na ressurreição, de qual dos sete será ela esposa, pois todos a tiveram?   
2229Jesus, porém, lhes respondeu: Errais, não compreendendo as Escrituras nem o poder de Deus;   
2230pois na ressurreição nem se casam nem se dão em casamento; mas serão como os anjos no céu.   
2231E, quanto à ressurreição dos mortos, não lestes o que foi dito por Deus:   
2232Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó? Ora, ele não é Deus de mortos, mas de vivos.   
2233E as multidões, ouvindo isso, se maravilhavam da sua doutrina.   
2234Os fariseus, quando souberam, que ele fizera emudecer os saduceus, reuniram-se todos;   
2235e um deles, doutor da lei, para o experimentar, interrogou- o, dizendo:   
2236Mestre, qual é o grande mandamento na lei?   
2237Respondeu-lhe Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento.   
2238Este é o grande e primeiro mandamento.   
2239E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.   
2240Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.   
2241Ora, enquanto os fariseus estavam reunidos, interrogou-os Jesus, dizendo:   
2242Que pensais vós do Cristo? De quem é filho? Responderam-lhe: De Davi.   
2243Replicou-lhes ele: Como é então que Davi, no Espírito, lhe chama Senhor, dizendo:   
2244Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos de baixo dos teus pés?   
2245Se Davi, pois, lhe chama Senhor, como é ele seu filho?   
2246E ninguém podia responder-lhe palavra; nem desde aquele dia jamais ousou alguém interrogá-lo.   
231Então falou Jesus às multidões e aos seus discípulos, dizendo:   
232Na cadeira de Moisés se assentam os escribas e fariseus.   
233Portanto, tudo o que vos disserem, isso fazei e observai; mas não façais conforme as suas obras; porque dizem e não praticam.   
234Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; mas eles mesmos nem com o dedo querem movê-los.   
235Todas as suas obras eles fazem a fim de serem vistos pelos homens; pois alargam os seus filactérios, e aumentam as franjas dos seus mantos;   
236gostam do primeiro lugar nos banquetes, das primeiras cadeiras nas sinagogas,   
237das saudações nas praças, e de serem chamados pelos homens: Rabi.   
238Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi; porque um só é o vosso Mestre, e todos vós sois irmãos.   
239E a ninguém sobre a terra chameis vosso pai; porque um só é o vosso Pai, aquele que está nos céus.   
2310Nem queirais ser chamados guias; porque um só é o vosso Guia, que é o Cristo.   
2311Mas o maior dentre vós há de ser vosso servo.   
2312Qualquer, pois, que a si mesmo se exaltar, será humilhado; e qualquer que a si mesmo se humilhar, será exaltado.   
2313Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque fechais aos homens o reino dos céus; pois nem vós entrais, nem aos que entrariam permitis entrar.   
2314[Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque devorais as casas das viúvas e sob pretexto fazeis longas orações; por isso recebereis maior condenação.]   
2315Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o tornais duas vezes mais filho do inferno do que vós.   
2316Ai de vós, guias cegos! que dizeis: Quem jurar pelo ouro do santuário, esse fica obrigado ao que jurou.   
2317Insensatos e cegos! Pois qual é o maior; o ouro, ou o santuário que santifica o ouro?   
2318E: Quem jurar pelo altar, isso nada é; mas quem jurar pela oferta que está sobre o altar, esse fica obrigado ao que jurou.   
2319Cegos! Pois qual é maior: a oferta, ou o altar que santifica a oferta?   
2320Portanto, quem jurar pelo altar jura por ele e por tudo quanto sobre ele está;   
2321e quem jurar pelo santuário jura por ele e por aquele que nele habita;   
2322e quem jurar pelo céu jura pelo trono de Deus e por aquele que nele está assentado.   
2323Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, e tendes omitido o que há de mais importante na lei, a saber, a justiça, a misericórdia e a fé; estas coisas, porém, devíeis fazer, sem omitir aquelas.   
2324Guias cegos! que coais um mosquito, e engulis um camelo.   
2325Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque limpais o exterior do copo e do prato, mas por dentro estão cheios de rapina e de intemperança.   
2326Fariseu cego! limpa primeiro o interior do copo, para que também o exterior se torne limpo.   
2327Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos e de toda imundícia.   
2328Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniquidade.   
2329Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque edificais os sepulcros dos profetas e adornais os monumentos dos justos,   
2330e dizeis: Se tivéssemos vivido nos dias de nossos pais, não teríamos sido cúmplices no derramar o sangue dos profetas.   
2331Assim, vós testemunhais contra vós mesmos que sois filhos daqueles que mataram os profetas.   
2332Enchei vós, pois, a medida de vossos pais.   
2333Serpentes, raça de víboras! como escapareis da condenação do inferno?   
2334Portanto, eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas: e a uns deles matareis e crucificareis; e a outros os perseguireis de cidade em cidade;   
2335para que sobre vós caia todo o sangue justo, que foi derramado sobre a terra, desde o sangue de Abel, o justo, até o sangue de Zacarias, filho de Baraquias, que mataste entre o santuário e o altar.   
2336Em verdade vos digo que todas essas coisas hão de vir sobre esta geração.   
2337Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, apedrejas os que a ti são enviados! quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e não o quiseste!   
2338Eis aí abandonada vos é a vossa casa.   
2339Pois eu vos declaro que desde agora de modo nenhum me vereis, até que digais: Bendito aquele que vem em nome do Senhor.   
241Ora, Jesus, tendo saído do templo, ia-se retirando, quando se aproximaram dele os seus discípulos, para lhe mostrarem os edifícios do templo.   
242Mas ele lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não se deixará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada.   
243E estando ele sentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos em particular, dizendo: Declara-nos quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo.   
244Respondeu-lhes Jesus: Acautelai-vos, que ninguém vos engane.   
245Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; a muitos enganarão.   
246E ouvireis falar de guerras e rumores de guerras; olhai não vos perturbeis; porque forçoso é que assim aconteça; mas ainda não é o fim.   
247Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino; e haverá fomes e terremotos em vários lugares.   
248Mas todas essas coisas são o princípio das dores.   
249Então sereis entregues à tortura, e vos matarão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome.   
2410Nesse tempo muitos hão de se escandalizar, e trair-se uns aos outros, e mutuamente se odiarão.   
2411Igualmente hão de surgir muitos falsos profetas, e enganarão a muitos;   
2412e, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará.   
2413Mas quem perseverar até o fim, esse será salvo.   
2414E este evangelho do reino será pregado no mundo inteiro, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim.   
2415Quando, pois, virdes estar no lugar santo a abominação de desolação, predita pelo profeta Daniel (quem lê, entenda),   
2416então os que estiverem na Judéia fujam para os montes;   
2417quem estiver no eirado não desça para tirar as coisas de sua casa,   
2418e quem estiver no campo não volte atrás para apanhar a sua capa.   
2419Mas ai das que estiverem grávidas, e das que amamentarem naqueles dias!   
2420Orai para que a vossa fuga não suceda no inverno nem no sábado;   
2421porque haverá então uma tribulação tão grande, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem jamais haverá.   
2422E se aqueles dias não fossem abreviados, ninguém se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias.   
2423Se, pois, alguém vos disser: Eis aqui o Cristo! ou: Ei-lo aí! não acrediteis;   
2424porque hão de surgir falsos cristos e falsos profetas, e farão grandes sinais e prodígios; de modo que, se possível fora, enganariam até os escolhidos.   
2425Eis que de antemão vo-lo tenho dito.   
2426Portanto, se vos disserem: Eis que ele está no deserto; não saiais; ou: Eis que ele está no interior da casa; não acrediteis.   
2427Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até o ocidente, assim será também a vinda do filho do homem.   
2428Pois onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão os abutres.   
2429Logo depois da tribulação daqueles dias, escurecerá o sol, e a lua não dará a sua luz; as estrelas cairão do céu e os poderes dos céus serão abalados.   
2430Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão vir o Filho do homem sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória.   
2431E ele enviará os seus anjos com grande clangor de trombeta, os quais lhe ajuntarão os escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus.   
2432Aprendei, pois, da figueira a sua parábola: Quando já o seu ramo se torna tenro e brota folhas, sabeis que está próximo o verão.   
2433Igualmente, quando virdes todas essas coisas, sabei que ele está próximo, mesmo às portas.   
2434Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas essas coisas se cumpram.   
2435Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras jamais passarão.   
2436Daquele dia e hora, porém, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, senão só o Pai.   
2437Pois como foi dito nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem.   
2438Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca,   
2439e não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos; assim será também a vinda do Filho do homem.   
2440Então, estando dois homens no campo, será levado um e deixado outro;   
2441estando duas mulheres a trabalhar no moinho, será levada uma e deixada a outra.   
2442Vigiai, pois, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor;   
2443sabei, porém, isto: se o dono da casa soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa.   
2444Por isso ficai também vós apercebidos; porque numa hora em que não penseis, virá o Filho do homem.   
2445Quem é, pois, o servo fiel e prudente, que o senhor pôs sobre os seus serviçais, para a tempo dar-lhes o sustento?   
2446Bem-aventurado aquele servo a quem o seu senhor, quando vier, achar assim fazendo.   
2447Em verdade vos digo que o porá sobre todos os seus bens.   
2448Mas se aquele outro, o mau servo, disser no seu coração: Meu senhor tarda em vir,   
2449e começar a espancar os seus conservos, e a comer e beber com os ébrios,   
2450virá o senhor daquele servo, num dia em que não o espera, e numa hora de que não sabe,   
2451e cortá-lo-á pelo meio, e lhe dará a sua parte com os hipócritas; ali haverá choro e ranger de dentes.   
251Então o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do noivo.   
252Cinco delas eram insensatas, e cinco prudentes.   
253Ora, as insensatas, tomando as lâmpadas, não levaram azeite consigo.   
254As prudentes, porém, levaram azeite em suas vasilhas, juntamente com as lâmpadas.   
255E tardando o noivo, cochilaram todas, e dormiram.   
256Mas à meia-noite ouviu-se um grito: Eis o noivo! saí-lhe ao encontro!   
257Então todas aquelas virgens se levantaram, e prepararam as suas lâmpadas.   
258E as insensatas disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas estão se apagando.   
259Mas as prudentes responderam: não; pois de certo não chegaria para nós e para vós; ide antes aos que o vendem, e comprai-o para vós.   
2510E, tendo elas ido comprá-lo, chegou o noivo; e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e fechou-se a porta.   
2511Depois vieram também as outras virgens, e disseram: Senhor, Senhor, abre-nos a porta.   
2512Ele, porém, respondeu: Em verdade vos digo, não vos conheço.   
2513Vigiai pois, porque não sabeis nem o dia nem a hora.   
2514Porque é assim como um homem que, ausentando-se do país, chamou os seus servos e lhes entregou os seus bens:   
2515a um deu cinco talentos, a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade; e seguiu viagem.   
2516O que recebera cinco talentos foi imediatamente negociar com eles, e ganhou outros cinco;   
2517da mesma sorte, o que recebera dois ganhou outros dois;   
2518mas o que recebera um foi e cavou na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor.   
2519Ora, depois de muito tempo veio o senhor daqueles servos, e fez contas com eles.   
2520Então chegando o que recebera cinco talentos, apresentou-lhe outros cinco talentos, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco que ganhei.   
2521Disse-lhe o seu senhor: Muito bem, servo bom e fiel; sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.   
2522Chegando também o que recebera dois talentos, disse: Senhor, entregaste-me dois talentos; eis aqui outros dois que ganhei.   
2523Disse-lhe o seu senhor: Muito bem, servo bom e fiel; sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.   
2524Chegando por fim o que recebera um talento, disse: Senhor, eu te conhecia, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste, e recolhes onde não joeiraste;   
2525e, atemorizado, fui esconder na terra o teu talento; eis aqui tens o que é teu.   
2526Ao que lhe respondeu o seu senhor: Servo mau e preguiçoso, sabias que ceifo onde não semeei, e recolho onde não joeirei?   
2527Devias então entregar o meu dinheiro aos banqueiros e, vindo eu, tê-lo-ia recebido com juros.   
2528Tirai-lhe, pois, o talento e dai ao que tem os dez talentos.   
2529Porque a todo o que tem, dar-se-lhe-á, e terá em abundância; mas ao que não tem, até aquilo que tem ser-lhe-á tirado.   
2530E lançai o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes.   
2531Quando, pois vier o Filho do homem na sua glória, e todos os anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória;   
2532e diante dele serão reunidas todas as nações; e ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos;   
2533e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos à esquerda.   
2534Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai. Possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo;   
2535porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me acolhestes;   
2536estava nu, e me vestistes; adoeci, e me visitastes; estava na prisão e fostes ver-me.   
2537Então os justos lhe perguntarão: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber?   
2538Quando te vimos forasteiro, e te acolhemos? ou nu, e te vestimos?   
2539Quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos visitar-te?   
2540E responder-lhes-á o Rei: Em verdade vos digo que, sempre que o fizestes a um destes meus irmãos, mesmo dos mais pequeninos, a mim o fizestes.   
2541Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai- vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e seus anjos;   
2542porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber;   
2543era forasteiro, e não me acolhestes; estava nu, e não me vestistes; enfermo, e na prisão, e não me visitastes.   
2544Então também estes perguntarão: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou forasteiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos?   
2545Ao que lhes responderá: Em verdade vos digo que, sempre que o deixaste de fazer a um destes mais pequeninos, deixastes de o fazer a mim.   
2546E irão eles para o castigo eterno, mas os justos para a vida eterna.   
261E havendo Jesus concluído todas estas palavras, disse aos seus discípulos:   
262Sabeis que daqui a dois dias é a páscoa; e o Filho do homem será entregue para ser crucificado.   
263Então os principais sacerdotes e os anciãos do povo se reuniram no pátio da casa do sumo sacerdote, o qual se chamava Caifás;   
264e deliberaram como prender Jesus a traição, e o matar.   
265Mas diziam: Não durante a festa, para que não haja tumulto entre o povo.   
266Estando Jesus em Betânia, em casa de Simão, o leproso,   
267aproximou-se dele uma mulher que trazia um vaso de alabastro cheio de bálsamo precioso, e lho derramou sobre a cabeça, estando ele reclinado à mesa.   
268Quando os discípulos viram isso, indignaram-se, e disseram: Para que este disperdício?   
269Pois este bálsamo podia ser vendido por muito dinheiro, que se daria aos pobres.   
2610Jesus, porém, percebendo isso, disse-lhes: Por que molestais esta mulher? pois praticou uma boa ação para comigo.   
2611Porquanto os pobres sempre os tendes convosco; a mim, porém, nem sempre me tendes.   
2612Ora, derramando ela este bálsamo sobre o meu corpo, fê-lo a fim de preparar-me para a minha sepultura.   
2613Em verdade vos digo que onde quer que for pregado em todo o mundo este evangelho, também o que ela fez será contado para memória sua.   
2614Então um dos doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os principais sacerdotes,   
2615e disse: Que me quereis dar, e eu vo-lo entregarei? E eles lhe pesaram trinta moedas de prata.   
2616E desde então buscava ele oportunidade para o entregar.   
2617Ora, no primeiro dia dos pães ázimos, vieram os discípulos a Jesus, e perguntaram: Onde queres que façamos os preparativos para comeres a páscoa?   
2618Respondeu ele: Ide à cidade a um certo homem, e dizei-lhe: O Mestre diz: O meu tempo está próximo; em tua casa celebrarei a páscoa com os meus discípulos.   
2619E os discípulos fizeram como Jesus lhes ordenara, e prepararam a páscoa.   
2620Ao anoitecer reclinou-se à mesa com os doze discípulos;   
2621e, enquanto comiam, disse: Em verdade vos digo que um de vós me trairá.   
2622E eles, profundamente contristados, começaram cada um a perguntar-lhe: Porventura sou eu, Senhor?   
2623Respondeu ele: O que mete comigo a mão no prato, esse me trairá.   
2624Em verdade o Filho do homem vai, conforme está escrito a seu respeito; mas ai daquele por quem o Filho do homem é traido! bom seria para esse homem se não houvera nascido.   
2625Também Judas, que o traía, perguntou: Porventura sou eu, Rabí? Respondeu-lhe Jesus: Tu o disseste.   
2626Enquanto comiam, Jesus tomou o pão e, abençoando-o, o partiu e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai, comei; isto é o meu corpo.   
2627E tomando um cálice, rendeu graças e deu-lho, dizendo: Bebei dele todos;   
2628pois isto é o meu sangue, o sangue do pacto, o qual é derramado por muitos para remissão dos pecados.   
2629Mas digo-vos que desde agora não mais beberei deste fruto da videira até aquele dia em que convosco o beba novo, no reino de meu Pai.   
2630E tendo cantado um hino, saíram para o Monte das Oliveiras.   
2631Então Jesus lhes disse: Todos vós esta noite vos escandalizareis de mim; pois está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho se dispersarão.   
2632Todavia, depois que eu ressurgir, irei adiante de vós para a Galiléia.   
2633Mas Pedro, respondendo, disse-lhe: Ainda que todos se escandalizem de ti, eu nunca me escandalizarei.   
2634Disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que esta noite, antes que o galo cante três vezes me negarás.   
2635Respondeu-lhe Pedro: Ainda que me seja necessário morrer contigo, de modo algum te negarei. E o mesmo disseram todos os discípulos.   
2636Então foi Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmane, e disse aos discípulos: Sentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar.   
2637E levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se.   
2638Então lhes disse: A minha alma está triste até a morte; ficai aqui e vigiai comigo.   
2639E adiantando-se um pouco, prostrou-se com o rosto em terra e orou, dizendo: Meu Pai, se é possível, passa de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres.   
2640Voltando para os discípulos, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Assim nem uma hora pudestes vigiar comigo?   
2641Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.   
2642Retirando-se mais uma vez, orou, dizendo: Pai meu, se este cálice não pode passar sem que eu o beba, faça-se a tua vontade.   
2643E, voltando outra vez, achou-os dormindo, porque seus olhos estavam carregados.   
2644Deixando-os novamente, foi orar terceira vez, repetindo as mesmas palavras.   
2645Então voltou para os discípulos e disse-lhes: Dormi agora e descansai. Eis que é chegada a hora, e o Filho do homem está sendo entregue nas mãos dos pecadores.   
2646Levantai-vos, vamo-nos; eis que é chegado aquele que me trai.   
2647E estando ele ainda a falar, eis que veio Judas, um dos doze, e com ele grande multidão com espadas e varapaus, vinda da parte dos principais sacerdotes e dos anciãos do povo.   
2648Ora, o que o traía lhes havia dado um sinal, dizendo: Aquele que eu beijar, esse é: prendei-o.   
2649E logo, aproximando-se de Jesus disse: Salve, Rabi. E o beijou.   
2650Jesus, porém, lhe disse: Amigo, a que vieste? Nisto, aproximando-se eles, lançaram mão de Jesus, e o prenderam.   
2651E eis que um dos que estavam com Jesus, estendendo a mão, puxou da espada e, ferindo o servo do sumo sacerdote, cortou-lhe uma orelha.   
2652Então Jesus lhe disse: Mete a tua espada no seu lugar; porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão.   
2653Ou pensas tu que eu não poderia rogar a meu Pai, e que ele não me mandaria agora mesmo mais de doze legiões de anjos?   
2654Como, pois, se cumpririam as Escrituras, que dizem que assim convém que aconteça?   
2655Disse Jesus à multidão naquela hora: Saístes com espadas e varapaus para me prender, como a um salteador? Todos os dias estava eu sentado no templo ensinando, e não me prendestes.   
2656Mas tudo isso aconteceu para que se cumprissem as Escrituras dos profetas. Então todos os discípulos, deixando-o fugiram.   
2657Aqueles que prenderam a Jesus levaram-no à presença do sumo sacerdote Caifás, onde os escribas e os anciãos estavam reunidos.   
2658E Pedro o seguia de longe até o pátio do sumo sacerdote; e entrando, sentou-se entre os guardas, para ver o fim.   
2659Ora, os principais sacerdotes e todo o sinédrio buscavam falso testemunho contra Jesus, para poderem entregá-lo à morte;   
2660e não achavam, apesar de se apresentarem muitas testemunhas falsas. Mas por fim compareceram duas,   
2661e disseram: Este disse: Posso destruir o santuário de Deus, e reedificá-lo em três dias.   
2662Levantou-se então o sumo sacerdote e perguntou-lhe: Nada respondes? Que é que estes depõem contra ti?   
2663Jesus, porém, guardava silêncio. E o sumo sacerdote disse- lhe: Conjuro-te pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho do Deus.   
2664Repondeu-lhe Jesus: É como disseste; contudo vos digo que vereis em breve o Filho do homem assentado à direita do Poder, e vindo sobre as nuvens do céu.   
2665Então o sumo sacerdote rasgou as suas vestes, dizendo: Blasfemou; para que precisamos ainda de testemunhas? Eis que agora acabais de ouvir a sua blasfêmia.   
2666Que vos parece? Responderam eles: É réu de morte.   
2667Então uns lhe cuspiram no rosto e lhe deram socos;   
2668e outros o esbofetearam, dizendo: Profetiza-nos, ó Cristo, quem foi que te bateu?   
2669Ora, Pedro estava sentado fora, no pátio; e aproximou-se dele uma criada, que disse: Tu também estavas com Jesus, o galileu.   
2670Mas ele negou diante de todos, dizendo: Não sei o que dizes.   
2671E saindo ele para o vestíbulo, outra criada o viu, e disse aos que ali estavam: Este também estava com Jesus, o nazareno.   
2672E ele negou outra vez, e com juramento: Não conheço tal homem.   
2673E daí a pouco, aproximando-se os que ali estavam, disseram a Pedro: Certamente tu também és um deles pois a tua fala te denuncia.   
2674Então começou ele a praguejar e a jurar, dizendo: Não conheço esse homem. E imediatamente o galo cantou.   
2675E Pedro lembrou-se do que dissera Jesus: Antes que o galo cante, três vezes me negarás. E, saindo dali, chorou amargamente.   
271Ora, chegada a manhã, todos os principais sacerdotes e os anciãos do povo entraram em conselho contra Jesus, para o matarem;   
272e, maniatando-o, levaram-no e o entregaram a Pilatos, o governador.   
273Então Judas, aquele que o traíra, vendo que Jesus fora condenado, devolveu, compungido, as trinta moedas de prata aos anciãos, dizendo:   
274Pequei, traindo o sangue inocente. Responderam eles: Que nos importa? Seja isto lá contigo.   
275E tendo ele atirado para dentro do santuário as moedas de prata, retirou-se, e foi enforcar-se.   
276Os principais sacerdotes, pois, tomaram as moedas de prata, e disseram: Não é lícito metê-las no cofre das ofertas, porque é preço de sangue.   
277E, tendo deliberado em conselho, compraram com elas o campo do oleiro, para servir de cemitério para os estrangeiros.   
278Por isso tem sido chamado aquele campo, até o dia de hoje, Campo de Sangue.   
279Cumpriu-se, então, o que foi dito pelo profeta Jeremias: Tomaram as trinta moedas de prata, preço do que foi avaliado, a quem certos filhos de Israel avaliaram,   
2710e deram-nas pelo campo do oleiro, assim como me ordenou o Senhor.   
2711Jesus, pois, ficou em pé diante do governador; e este lhe perguntou: És tu o rei dos judeus? Respondeu-lhe Jesus: É como dizes.   
2712Mas ao ser acusado pelos principais sacerdotes e pelos anciãos, nada respondeu.   
2713Perguntou-lhe então Pilatos: Não ouves quantas coisas testificam contra ti?   
2714E Jesus não lhe respondeu a uma pergunta sequer; de modo que o governador muito se admirava.   
2715Ora, por ocasião da festa costumava o governador soltar um preso, escolhendo o povo aquele que quisesse.   
2716Nesse tempo tinham um preso notório, chamado Barrabás.   
2717Portanto, estando o povo reunido, perguntou-lhe Pilatos: Qual quereis que vos solte? Barrabás, ou Jesus, chamado o Cristo?   
2718Pois sabia que por inveja o haviam entregado.   
2719E estando ele assentado no tribunal, sua mulher mandou dizer-lhe: Não te envolvas na questão desse justo, porque muito sofri hoje em sonho por causa dele.   
2720Mas os principais sacerdotes e os anciãos persuadiram as multidões a que pedissem Barrabás e fizessem morrer Jesus.   
2721O governador, pois, perguntou-lhes: Qual dos dois quereis que eu vos solte? E disseram: Barrabás.   
2722Tornou-lhes Pilatos: Que farei então de Jesus, que se chama Cristo? Disseram todos: Seja crucificado.   
2723Pilatos, porém, disse: Pois que mal fez ele? Mas eles clamavam ainda mais: Seja crucificado.   
2724Ao ver Pilatos que nada conseguia, mas pelo contrário que o tumulto aumentava, mandando trazer água, lavou as mãos diante da multidão, dizendo: Sou inocente do sangue deste homem; seja isso lá convosco.   
2725E todo o povo respondeu: O seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos.   
2726Então lhes soltou Barrabás; mas a Jesus mandou açoitar, e o entregou para ser crucificado.   
2727Nisso os soldados do governador levaram Jesus ao pretório, e reuniram em torno dele toda a coorte.   
2728E, despindo-o, vestiram-lhe um manto escarlate;   
2729e tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça, e na mão direita uma cana, e ajoelhando-se diante dele, o escarneciam, dizendo: Salve, rei dos judeus!   
2730E, cuspindo nele, tiraram-lhe a cana, e davam-lhe com ela na cabeça.   
2731Depois de o terem escarnecido, despiram-lhe o manto, puseram-lhe as suas vestes, e levaram-no para ser crucificado.   
2732Ao saírem, encontraram um homem cireneu, chamado Simão, a quem obrigaram a levar a cruz de Jesus.   
2733Quando chegaram ao lugar chamado Gólgota, que quer dizer, lugar da Caveira,   
2734deram-lhe a beber vinho misturado com fel; mas ele, provando-o, não quis beber.   
2735Então, depois de o crucificarem, repartiram as vestes dele, lançando sortes, [para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta: Repartiram entre si as minhas vestes, e sobre a minha túnica deitaram sortes.]   
2736E, sentados, ali o guardavam.   
2737Puseram-lhe por cima da cabeça a sua acusação escrita: ESTE É JESUS, O REI DOS JUDEUS.   
2738Então foram crucificados com ele dois salteadores, um à direita, e outro à esquerda.   
2739E os que iam passando blasfemavam dele, meneando a cabeça   
2740e dizendo: Tu, que destróis o santuário e em três dias o reedificas, salva-te a ti mesmo; se és Filho de Deus, desce da cruz.   
2741De igual modo também os principais sacerdotes, com os escribas e anciãos, escarnecendo, diziam:   
2742A outros salvou; a si mesmo não pode salvar. Rei de Israel é ele; desça agora da cruz, e creremos nele;   
2743confiou em Deus, livre-o ele agora, se lhe quer bem; porque disse: Sou Filho de Deus.   
2744O mesmo lhe lançaram em rosto também os salteadores que com ele foram crucificados.   
2745E, desde a hora sexta, houve trevas sobre toda a terra, até a hora nona.   
2746Cerca da hora nona, bradou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactani; isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?   
2747Alguns dos que ali estavam, ouvindo isso, diziam: Ele chama por Elias.   
2748E logo correu um deles, tomou uma esponja, ensopou-a em vinagre e, pondo-a numa cana, dava-lhe de beber.   
2749Os outros, porém, disseram: Deixa, vejamos se Elias vem salvá-lo.   
2750De novo bradou Jesus com grande voz, e entregou o espírito.   
2751E eis que o véu do santuário se rasgou em dois, de alto a baixo; a terra tremeu, as pedras se fenderam,   
2752os sepulcros se abriram, e muitos corpos de santos que tinham dormido foram ressuscitados;   
2753e, saindo dos sepulcros, depois da ressurreição dele, entraram na cidade santa, e apareceram a muitos.   
2754ora, o centurião e os que com ele guardavam Jesus, vendo o terremoto e as coisas que aconteciam, tiveram grande temor, e disseram: Verdadeiramente este era filho de Deus.   
2755Também estavam ali, olhando de longe, muitas mulheres que tinham seguido Jesus desde a Galiléia para o ouvir;   
2756entre as quais se achavam Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu.   
2757Ao cair da tarde, veio um homem rico de Arimatéia, chamado José, que também era discípulo de Jesus.   
2758Esse foi a Pilatos e pediu o corpo de Jesus. Então Pilatos mandou que lhe fosse entregue.   
2759E José, tomando o corpo, envolveu-o num pano limpo, de linho,   
2760e depositou-o no seu sepulcro novo, que havia aberto em rocha; e, rodando uma grande pedra para a porta do sepulcro, retirou- se.   
2761Mas achavam-se ali Maria Madalena e a outra Maria, sentadas defronte do sepulcro.   
2762No dia seguinte, isto é, o dia depois da preparação, reuniram-se os principais sacerdotes e os fariseus perante Pilatos,   
2763e disseram: Senhor, lembramo-nos de que aquele embusteiro, quando ainda vivo, afirmou: Depois de três dias ressurgirei.   
2764Manda, pois, que o sepulcro seja guardado com segurança até o terceiro dia; para não suceder que, vindo os discípulos, o furtem e digam ao povo: Ressurgiu dos mortos; e assim o último embuste será pior do que o primeiro.   
2765Disse-lhes Pilatos: Tendes uma guarda; ide, tornai-o seguro, como entendeis.   
2766Foram, pois, e tornaram seguro o sepulcro, selando a pedra, e deixando ali a guarda.   
281No fim do sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro.   
282E eis que houvera um grande terremoto; pois um anjo do Senhor descera do céu e, chegando-se, removera a pedra e estava sentado sobre ela.   
283o seu aspecto era como um relâmpago, e as suas vestes brancas como a neve.   
284E de medo dele tremeram os guardas, e ficaram como mortos.   
285Mas o anjo disse às mulheres: Não temais vós; pois eu sei que buscais a Jesus, que foi crucificado.   
286Não está aqui, porque ressurgiu, como ele disse. Vinde, vede o lugar onde jazia;   
287e ide depressa, e dizei aos seus discípulos que ressurgiu dos mortos; e eis que vai adiante de vós para a Galiléia; ali o vereis. Eis que vo-lo tenho dito.   
288E, partindo elas pressurosamente do sepulcro, com temor e grande alegria, correram a anunciá-lo aos discípulos.   
289E eis que Jesus lhes veio ao encontro, dizendo: Salve. E elas, aproximando-se, abraçaram-lhe os pés, e o adoraram.   
2810Então lhes disse Jesus: Não temais; ide dizer a meus irmãos que vão para a Galiléia; ali me verão.   
2811Ora, enquanto elas iam, eis que alguns da guarda foram à cidade, e contaram aos principais sacerdotes tudo quanto havia acontecido.   
2812E congregados eles com os anciãos e tendo consultado entre si, deram muito dinheiro aos soldados,   
2813e ordenaram-lhes que dissessem: Vieram de noite os seus discípulos e, estando nós dormindo, furtaram-no.   
2814E, se isto chegar aos ouvidos do governador, nós o persuadiremos, e vos livraremos de cuidado.   
2815Então eles, tendo recebido o dinheiro, fizeram como foram instruídos. E essa história tem-se divulgado entre os judeus até o dia de hoje.   
2816Partiram, pois, os onze discípulos para a Galiléia, para o monte onde Jesus lhes designara.   
2817Quando o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram.   
2818E, aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra.   
2819Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;   
2820ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.