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Multilingual Scriptures Home » Portuguese Bible » Ecclesiastes

Portuguese Bible
Chapter # Verse # Verse Detail
11Palavras do pregador, filho de Davi, rei em Jerusalém.   
12Vaidade de vaidades, diz o pregador; vaidade de vaidades, tudo é vaidade.   
13Que proveito tem o homem, de todo o seu trabalho, com que se afadiga debaixo do sol?   
14Uma geração vai-se, e outra geração vem, mas a terra permanece para sempre.   
15O sol nasce, e o sol se põe, e corre de volta ao seu lugar donde nasce.   
16O vento vai para o sul, e faz o seu giro vai para o norte; volve-se e revolve-se na sua carreira, e retoma os seus circuitos.   
17Todos os ribeiros vão para o mar, e contudo o mar não se enche; ao lugar para onde os rios correm, para ali continuam a correr.   
18Todas as coisas estão cheias de cansaço; ninguém o pode exprimir: os olhos não se fartam de ver, nem os ouvidos se enchem de ouvir.   
19O que tem sido, isso é o que há de ser; e o que se tem feito, isso se tornará a fazer; nada há que seja novo debaixo do sol.   
110Há alguma coisa de que se possa dizer: Voê, isto é novo? ela já existiu nos séculos que foram antes de nós.   
111Já não há lembrança das gerações passadas; nem das gerações futuras haverá lembrança entre os que virão depois delas.   
112Eu, o pregador, fui rei sobre Israel em Jerusalém.   
113E apliquei o meu coração a inquirir e a investigar com sabedoria a respeito de tudo quanto se faz debaixo do céu; essa enfadonha ocupação deu Deus aos filhos dos homens para nela se exercitarem.   
114Atentei para todas as obras que se e fazem debaixo do sol; e eis que tudo era vaidade e desejo vão.   
115O que é torto não se pode endireitar; o que falta não se pode enumerar.   
116Falei comigo mesmo, dizendo: Eis que eu me engrandeci, e sobrepujei em sabedoria a todos os que houve antes de mim em Jerusalém; na verdade, tenho tido larga experiência da sabedoria e do conhecimento.   
117E apliquei o coração a conhecer a sabedoria e a conhecer os desvarios e as loucuras; e vim a saber que também isso era desejo vao.   
118Porque na muita sabedoria há muito enfado; e o que aumenta o conhecimento aumenta a tristeza.   
21Disse eu a mim mesmo: Ora vem, eu te provarei com a alegria; portanto goza o prazer; mas eis que também isso era vaidade.   
22Do riso disse: Está doido; e da alegria: De que serve estar.   
23Busquei no meu coração como estimular com vinho a minha carne, sem deixar de me guiar pela sabedoria, e como me apoderar da estultícia, até ver o que era bom que os filhos dos homens fizessem debaixo do céu, durante o número dos dias de sua vida.   
24Fiz para mim obras magníficas: edifiquei casas, plantei vinhas;   
25fiz hortas e jardins, e plantei neles árvores frutíferas de todas as espécies.   
26Fiz tanques de águas, para deles regar o bosque em que reverdeciam as árvores.   
27Comprei servos e servas, e tive servos nascidos em casa; também tive grandes possessões de gados e de rebanhos, mais do que todos os que houve antes de mim em Jerusalém.   
28Ajuntei também para mim prata e ouro, e tesouros dos reis e das províncias; provi-me de cantores e cantoras, e das delícias dos filhos dos homens, concubinas em grande número.   
29Assim me engrandeci, e me tornei mais rico do que todos os que houve antes de mim em Jerusalém; perseverou também comigo a minha sabedoria.   
210E tudo quanto desejaram os meus olhos não lho neguei, nem privei o meu coração de alegria alguma; pois o meu coração se alegrou por todo o meu trabalho, e isso foi o meu proveito de todo o meu trabalho.   
211Então olhei eu para todas as obras que as minhas mãos haviam feito, como também para o trabalho que eu aplicara em fazê-las; e eis que tudo era vaidade e desejo vão, e proveito nenhum havia debaixo do sol.   
212Virei-me para contemplar a sabedoria, e a loucura, e a estultícia; pois que fará o homem que seguir ao rei? O mesmo que já se fez!   
213Então vi eu que a sabedoria é mais excelente do que a estultícia, quanto a luz é mais excelente do que as trevas.   
214Os olhos do sábio estão na sua cabeça, mas o louco anda em trevas; contudo percebi que a mesma coisa lhes sucede a ambos.   
215Pelo que eu disse no meu coração: Como acontece ao estulto, assim me sucederá a mim; por que então busquei eu mais a sabedoria; Então respondi a mim mesmo que também isso era vaidade.   
216Pois do sábio, bem como do estulto, a memória não durará para sempre; porquanto de tudo, nos dias futuros, total esquecimento haverá. E como morre o sábio, assim morre o estulto!   
217Pelo que aborreci a vida, porque a obra que se faz debaixo do sol me era penosa; sim, tudo é vaidade e desejo vão.   
218Também eu aborreci todo o meu trabalho em que me afadigara debaixo do sol, visto que tenho de deixá-lo ao homem que virá depois de mim.   
219E quem sabe se será sábio ou estulto? Contudo, ele se assenhoreará de todo o meu trabalho em que me afadiguei, e em que me houve sabiamente debaixo do sol; também isso é vaidade.   
220Pelo que eu me volvi e entreguei o meu coração ao desespero no tocante a todo o trabalho em que me afadigara debaixo do sol.   
221Porque há homem cujo trabalho é feito com sabedoria, e ciência, e destreza; contudo, deixará o fruto do seu labor para ser porção de quem não trabalhou nele; também isso é vaidade e um grande mal.   
222Pois, que alcança o homem com todo o seu trabalho e com a fadiga em que ele anda trabalhando debaixo do sol?   
223Porque todos os seus dias são dores, e o seu trabalho é vexação; nem de noite o seu coração descansa. Também isso é vaidade.   
224Não há nada melhor para o homem do que comer e beber, e fazer que a sua alma goze do bem do seu trabalho. Vi que também isso vem da mão de Deus.   
225Pois quem pode comer, ou quem pode gozar. melhor do que eu?   
226Porque ao homem que lhe agrada, Deus dá sabedoria, e conhecimento, e alegria; mas ao pecador dá trabalho, para que ele ajunte e amontoe, a fim de dá-lo àquele que agrada a Deus: Também isso é vaidade e desejo vão.   
31Tudo tem a sua ocasião própria, e há tempo para todo propósito debaixo do céu.   
32Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;   
33tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derribar, e tempo de edificar;   
34tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;   
35tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de abster-se de abraçar;   
36tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de deitar fora;   
37tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;   
38tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.   
39Que proveito tem o trabalhador naquilo em que trabalha?   
310Tenho visto o trabalho penoso que Deus deu aos filhos dos homens para nele se exercitarem.   
311Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs na mente do homem a idéia da eternidade, se bem que este não possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até o fim.   
312Sei que não há coisa melhor para eles do que se regozijarem e fazerem o bem enquanto viverem;   
313e também que todo homem coma e beba, e goze do bem de todo o seu trabalho é dom de Deus.   
314Eu sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe pode acrescentar, e nada se lhe pode tirar; e isso Deus faz para que os homens temam diante dele:   
315O que é, já existiu; e o que há de ser, também já existiu; e Deus procura de novo o que ja se passou.   
316Vi ainda debaixo do sol que no lugar da retidão estava a impiedade; e que no lugar da justiça estava a impiedade ainda.   
317Eu disse no meu coração: Deus julgará o justo e o ímpio; porque há um tempo para todo propósito e para toda obra.   
318Disse eu no meu coração: Isso é por causa dos filhos dos homens, para que Deus possa prová-los, e eles possam ver que são em si mesmos como os brutos.   
319Pois o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos brutos; uma e a mesma coisa lhes sucede; como morre um, assim morre o outro; todos têm o mesmo fôlego; e o homem não tem vantagem sobre os brutos; porque tudo é vaidade.   
320Todos vão para um lugar; todos são pó, e todos ao pó tornarão.   
321Quem sabe se o espírito dos filhos dos homens vai para cima, e se o espírito dos brutos desce para a terra?   
322Pelo que tenho visto que não há coisa melhor do que alegrar-se o homem nas suas obras; porque esse é o seu quinhão; pois quem o fará voltar para ver o que será depois dele?   
41Depois volvi-me, e atentei para todas as opressões que se fazem debaixo do sol; e eis as lágrimas dos oprimidos, e eles não tinham consolador; do lado dos seus opressores havia poder; mas eles não tinham consolador.   
42Pelo que julguei mais felizes os que já morreram, do que os que vivem ainda.   
43E melhor do que uns e outros é aquele que ainda não é, e que não viu as más obras que se fazem debaixo do sol.   
44Também vi eu que todo trabalho e toda destreza em obras provêm da inveja que o homem tem do seu próximo. Também isso é e vaidade e desejo vão.   
45O tolo cruza as mãos, e come a sua; própria carne.   
46Melhor é um punhado com tranqüilidade do que ambas as mãos cheias com trabalho e vão desejo.   
47Outra vez me volvi, e vi vaidade debaixo do sol.   
48Há um que é só, não tendo parente; não tem filho nem irmão e, contudo, de todo o seu trabalho não há fim, nem os seus olhos se fartam de riquezas. E ele não pergunta: Para quem estou trabalhando e privando do bem a minha alma? Também isso é vaidade a e enfadonha ocupação.   
49Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho.   
410Pois se caírem, um levantará o seu companheiro; mas ai do que estiver só, pois, caindo, não haverá outro que o levante.   
411Também, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só como se aquentará?   
412E, se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa.   
413Melhor é o mancebo pobre e sábio do que o rei velho e insensato, que não se deixa mais admoestar,   
414embora tenha saído do cárcere para reinar, ou tenha nascido pobre no seu próprio reino.   
415Vi a todos os viventes que andavam debaixo do sol, e eles estavam com o mancebo, o sucessor, que havia de ficar no lugar do rei.   
416Todo o povo, à testa do qual se achava, era inumerável; contudo os que lhe sucederam não se regozijarão a respeito dele. Na verdade também isso é vaidade e desejo vão.   
51Guarda o teu pé, quando fores à casa de Deus; porque chegar-se para ouvir é melhor do que oferecer sacrifícios de tolos; pois não sabem que fazem mal.   
52Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma na presença de Deus; porque Deus está no céu, e tu estás sobre a terra; portanto sejam poucas as tuas palavras.   
53Porque, da multidão de trabalhos vêm os sonhos, e da multidão de palavras, a voz do tolo.   
54Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos. O que votares, paga-o.   
55Melhor é que não votes do que votares e nao pagares.   
56Não consintas que a tua boca faça pecar a tua carne, nem digas na presença do anjo que foi erro; por que razão se iraria Deus contra a tua voz, e destruiria a obra das tuas mãos?   
57Porque na multidão dos sonhos há vaidades e muitas palavras; mas tu teme a Deus.   
58Se vires em alguma província opressão de pobres, e a perversão violenta do direito e da justiça, não te maravilhes de semelhante caso. Pois quem está altamente colocado tem superior que o vigia; e há mais altos ainda sobre eles.   
59O proveito da terra é para todos; até o rei se serve do campo.   
510Quem ama o dinheiro não se fartará de dinheiro; nem o que ama a riqueza se fartará do ganho; também isso é vaidade.   
511Quando se multiplicam os bens, multiplicam-se também os que comem; e que proveito tem o seu dono senão o de vê-los com os seus olhos?   
512Doce é o sono do trabalhador, quer coma pouco quer muito; mas a saciedade do rico não o deixa dormir.   
513Há um grave mal que vi debaixo do sol: riquezas foram guardadas por seu donó para o seu próprio dano;   
514e as mesmas riquezas se perderam por qualquer má aventura; e havendo algum filho nada fica na sua mão.   
515Como saiu do ventre de sua mãe, assim também se irá, nu como veio; e nada tomará do seu trabalho, que possa levar na mão.   
516Ora isso é um grave mal; porque justamente como veio, assim há de ir; e que proveito lhe vem de ter trabalhado para o vento,   
517e de haver passado todos os seus dias nas trevas, e de haver padecido muito enfado, enfermidades e aborrecimento?   
518Eis aqui o que eu vi, uma boa e bela coisa: alguém comer e beber, e gozar cada um do bem de todo o seu trabalho, com que se afadiga debaixo do sol, todos os dias da vida que Deus lhe deu; pois esse é o seu quinhão.   
519E quanto ao homem a quem Deus deu riquezas e bens, e poder para desfrutá-los, receber o seu quinhão, e se regozijar no seu trabalho, isso é dom de Deus.   
520Pois não se lembrará muito dos dias da sua vida; porque Deus lhe enche de alegria o coração.   
61Há um mal que tenho visto debaixo do sol, e que pesa muito sobre o homem:   
62um homem a quem Deus deu riquezas, bens e honra, de maneira que nada lhe falta de tudo quanto ele deseja, contudo Deus não lhe dá poder para daí comer, antes o estranho lho come; também isso é vaidade e grande mal.   
63Se o homem gerar cem filhos, e viver muitos anos, de modo que os dias da sua vida sejam muitos, porém se a sua alma não se fartar do bem, e além disso não tiver sepultura, digo que um aborto é melhor do que ele;   
64porquanto debalde veio, e em trevas se vai, e de trevas se cobre o seu nome;   
65e ainda que nunca viu o sol, nem o conheceu, mais descanso tem do que o tal;   
66e embora vivesse duas vezes mil anos, mas não gozasse o bem, - não vão todos para um mesmo lugar?   
67Todo o trabalho do homem é para a sua boca, e contudo não se satisfaz o seu apetite.   
68Pois, que vantagem tem o sábio sobre o tolo? e que tem o pobre que sabe andar perante os vivos?   
69Melhor é a vista dos olhos do que o vaguear da cobiça; também isso é vaidade, e desejo vão.   
610Seja qualquer o que for, já há muito foi chamado pelo seu nome; e sabe-se que é homem; e ele não pode contender com o que é mais forte do que ele.   
611Visto que as muitas palavras aumentam a vaidade, que vantagem tira delas o homem?   
612Porque, quem sabe o que é bom nesta vida para o homem, durante os poucos dias da sua vida vã, os quais gasta como sombra? pois quem declarará ao homem o que será depois dele debaixo do sol?   
71Melhor é o bom nome do que o melhor ungüento, e o dia da morte do que o dia do nascimento.   
72Melhor é ir à casa onde há luto do que ir a casa onde há banquete; porque naquela se vê o fim de todos os homens, e os vivos o aplicam ao seu coração.   
73Melhor é a mágoa do que o riso, porque a tristeza do rosto torna melhor o coração.   
74O coração dos sábios está na casa do luto, mas o coração dos tolos na casa da alegria.   
75Melhor é ouvir a repreensão do sábio do que ouvir alguém a canção dos tolos.   
76Pois qual o crepitar dos espinhos debaixo da panela, tal é o riso do tolo; também isso é vaidade.   
77Verdadeiramente a opressão faz endoidecer até o sábio, e a peita corrompe o coração.   
78Melhor é o fim duma coisa do que o princípio; melhor é o paciente do que o arrogante.   
79Não te apresses no teu espírito a irar-te, porque a ira abriga-se no seio dos tolos.   
710Não digas: Por que razão foram os dias passados melhores do que estes; porque não provém da sabedoria esta pergunta.   
711Tão boa é a sabedoria como a herança, e mesmo de mais proveito para os que vêem o sol.   
712Porque a sabedoria serve de defesa, como de defesa serve o dinheiro; mas a excelência da sabedoria é que ela preserva a vida de quem a possui.   
713Considera as obras de Deus; porque quem poderá endireitar o que ele fez torto?   
714No dia da prosperidade regozija-te, mas no dia da adversidade considera; porque Deus fez tanto este como aquele, para que o homem nada descubra do que há de vir depois dele.   
715Tudo isto vi nos dias da minha vaidade: há justo que perece na sua justiça, e há ímpio que prolonga os seus dias na sua maldade.   
716Não sejas demasiadamente justo, nem demasiadamente sábio; por que te destruirias a ti mesmo?   
717Não sejas demasiadamente ímpio, nem sejas tolo; por que morrerias antes do teu tempo?   
718Bom é que retenhas isso, e que também daquilo não retires a tua mão; porque quem teme a Deus escapa de tudo isso.   
719A sabedoria fortalece ao sábio mais do que dez governadores que haja na cidade.   
720Pois não há homem justo sobre a terra, que faça o bem, e nunca peque.   
721Não escutes a todas as palavras que se disserem, para que não venhas a ouvir o teu servo amaldiçoar-te;   
722pois tu sabes também que muitas vezes tu amaldiçoaste a outros.   
723Tudo isto provei-o pela sabedoria; e disse: Far-me-ei sábio; porém a sabedoria ainda ficou longe de mim.   
724Longe está o que já se foi, e profundíssimo; quem o poderá achar?   
725Eu me volvi, e apliquei o meu coração para saber, e inquirir, e buscar a sabedoria e a razão de tudo, e para conhecer que a impiedade é insensatez e que a estultícia é loucura.   
726E eu achei uma coisa mais amarga do que a morte, a mulher cujo coração são laços e redes, e cujas mãos são grilhões; quem agradar a Deus escapará dela; mas o pecador virá a ser preso por ela.   
727Vedes aqui, isto achei, diz o pregador, conferindo uma coisa com a outra para achar a causa;   
728causa que ainda busco, mas não a achei; um homem entre mil achei eu, mas uma mulher entre todas, essa não achei.   
729Eis que isto tão-somente achei: que Deus fez o homem reto, mas os homens buscaram muitos artifícios.   
81Quem é como o sábio? e quem sabe a interpretação das coisas? A sabedoria do homem faz brilhar o seu rosto, e com ela a dureza do seu rosto se transforma.   
82Eu digo: Observa o mandamento do rei, e isso por causa do juramento a Deus.   
83Não te apresses a sair da presença dele; nem persistas em alguma coisa má; porque ele faz tudo o que lhe agrada.   
84Porque a palavra do rei é suprema; e quem lhe dirá: que fazes?   
85Quem guardar o mandamento não experimentará nenhum mal; e o coração do sábio discernirá o tempo e o juízo.   
86Porque para todo propósito há tempo e juízo; porquanto a miséria do homem pesa sobre ele.   
87Porque não sabe o que há de suceder; pois quem lho dará a entender como há de ser?   
88Nenhum homem há que tenha domínio sobre o espírito, para o reter; nem que tenha poder sobre o dia da morte; nem há licença em tempo de guerra; nem tampouco a impiedade livrará aquele que a ela está entregue.   
89Tudo isto tenho observado enquanto aplicava o meu coração a toda obra que se faz debaixo do sol; tempo há em que um homem tem domínio sobre outro homem para o seu próprio dano.   
810Vi também os ímpios sepultados, os que antes entravam e saíam do lugar santo; e foram esquecidos na cidade onde haviam assim procedido; também isso é vaidade.   
811Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra, o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para praticar o mal.   
812Ainda que o pecador faça o mal cem vezes, e os dias se lhe prolonguem, contudo eu sei com certeza que bem sucede aos que temem a Deus, porque temem diante dele;   
813ao ímpio, porém, não irá bem, e ele não prolongará os seus dias, que são como a sombra; porque ele não teme diante de Deus.   
814Ainda há outra vaidade que se faz sobre a terra: há justos a quem sucede segundo as obras dos ímpios, e há ímpios a quem sucede segundo as obras dos justos. Eu disse que também isso é vaidade.   
815Exalto, pois, a alegria, porquanto o homem nenhuma coisa melhor tem debaixo do sol do que comer, beber e alegrar-se; porque isso o acompanhará no seu trabalho nos dias da sua vida que Deus lhe dá debaixo do sol.   
816Quando apliquei o meu coração a conhecer a sabedoria, e a ver o trabalho que se faz sobre a terra (pois homens há que nem de dia nem de noite conseguem dar sono aos seus olhos),   
817então contemplei toda obra de Deus, e vi que o homem não pode compreender a obra que se faz debaixo do sol; pois por mais que o homem trabalhe para a descobrir, não a achará; embora o sábio queira conhecê-la, nem por isso a poderá compreender.   
91Deveras a tudo isto apliquei o meu coração, para claramente entender tudo isto: que os justos, e os sábios, e as suas obras, estão nas mãos de Deus; se é amor ou se é ódio, não o sabe o homem; tudo passa perante a sua face.   
92Tudo sucede igualmente a todos: o mesmo sucede ao justo e ao ímpio, ao bom e ao mau, ao puro e ao impuro; assim ao que sacrifica como ao que não sacrifica; assim ao bom como ao pecador; ao que jura como ao que teme o juramento.   
93Este é o mal que há em tudo quanto se faz debaixo do sol: que a todos sucede o mesmo. Também o coração dos filhos dos homens está cheio de maldade; há desvarios no seu coração durante a sua vida, e depois se vão aos mortos.   
94Ora, para aquele que está na companhia dos vivos há esperança; porque melhor é o cão vivo do que o leão morto.   
95Pois os vivos sabem que morrerão, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco têm eles daí em diante recompensa; porque a sua memória ficou entregue ao esquecimento.   
96Tanto o seu amor como o seu ódio e a sua inveja já pereceram; nem têm eles daí em diante parte para sempre em coisa alguma do que se faz debaixo do sol.   
97Vai, pois, come com alegria o teu pão .e bebe o teu vinho com coração contente; pois há muito que Deus se agrada das tuas obras.   
98Sejam sempre alvas as tuas vestes, e nunca falte o óleo sobre a tua cabeça.   
99Goza a vida com a mulher que amas, todos os dias da tua vida vã, os quais Deus te deu debaixo do sol, todos os dias da tua vida vã; porque este é o teu quinhão nesta vida, e do teu trabalho, que tu fazes debaixo do sol.   
910Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças; porque no Seol, para onde tu vais, não há obra, nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.   
911Observei ainda e vi que debaixo do sol não é dos ligeiros a carreira, nem dos fortes a peleja, nem tampouco dos sábios o pão, nem ainda dos prudentes a riqueza, nem dos entendidos o favor; mas que a ocasião e a sorte ocorrem a todos.   
912Pois o homem não conhece a sua hora. Como os peixes que se apanham com a rede maligna, e como os passarinhos que se prendem com o laço, assim se enlaçam também os filhos dos homens no mau tempo, quando este lhes sobrevém de repente.   
913Também vi este exemplo de sabedoria debaixo do sol, que me pareceu grande:   
914Houve uma pequena cidade em que havia poucos homens; e veio contra ela um grande rei, e a cercou e levantou contra ela grandes tranqueiras.   
915Ora, achou-se nela um sábio pobre, que livrou a cidade pela sua sabedoria; contudo ninguém se lembrou mais daquele homem pobre.   
916Então disse eu: Melhor é a sabedoria do que a força; todavia a sabedoria do pobre é desprezada, e as suas palavras não são ouvidas.   
917As palavras dos sábios ouvidas em silêncio valem mais do que o clamor de quem governa entre os tolos.   
918Melhor é a sabedoria do que as armas de guerra; mas um só pecador faz grande dano ao bem.   
101As moscas mortas fazem com que o ungüento do perfumista emita mau cheiro; assim um pouco de estultícia pesa mais do que a sabedoria e a honra.   
102O coração do sábio o inclina para a direita, mas o coração do tolo o inclina para a esquerda.   
103E, até quando o tolo vai pelo caminho, falta-lhe o entendimento, e ele diz a todos que é tolo.   
104Se se levantar contra ti o espírito do governador, não deixes o teu lugar; porque a deferência desfaz grandes ofensas.   
105Há um mal que vi debaixo do sol, semelhante a um erro que procede do governador:   
106a estultícia está posta em grande dignidade, e os ricos estão assentados em lugar humilde.   
107Tenho visto servos montados a cavalo, e príncipes andando a pé como servos.   
108Aquele que abrir uma cova, nela cairá; e quem romper um muro, uma cobra o morderá.   
109Aquele que tira pedras é maltratado por elas, e o que racha lenha corre perigo nisso.   
1010Se estiver embotado o ferro, e não se afiar o corte, então se deve pôr mais força; mas a sabedoria é proveitosa para dar prosperidade.   
1011Se a cobra morder antes de estar encantada, não há vantagem no encantador.   
1012As palavras da boca do sábio são cheias de graça, mas os lábios do tolo o devoram.   
1013O princípio das palavras da sua boca é estultícia, e o fim do seu discurso é loucura perversa.   
1014O tolo multiplica as palavras, todavia nenhum homem sabe o que há de ser; e quem lhe poderá declarar o que será depois dele?   
1015O trabalho do tolo o fatiga, de sorte que não sabe ir à cidade.   
1016Ai de ti, ó terra, quando o teu rei é criança, e quando os teus príncipes banqueteiam de manhã!   
1017Bem-aventurada tu, ó terra, quando o teu rei é filho de nobres, e quando os teus príncipes comem a tempo, para refazerem as forças, e não para bebedice!   
1018Pela preguiça se enfraquece o teto, e pela frouxidão das mãos a casa tem goteiras.   
1019Para rir é que se dá banquete, e o vinho alegra a vida; e por tudo o dinheiro responde.   
1020Nem ainda no teu pensamento amaldições o rei; nem tampouco na tua recâmara amaldiçoes o rico; porque as aves dos céus levarão a voz, e uma criatura alada dará notícia da palavra.   
111Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás.   
112Reparte com sete, e ainda até com oito; porque não sabes que mal haverá sobre a terra.   
113Estando as nuvens cheias de chuva, derramam-na sobre a terra. Caindo a árvore para o sul, ou para o norte, no lugar em que a árvore cair, ali ficará.   
114Quem observa o vento, não semeará, e o que atenta para as nuvens não segará.   
115Assim como tu não sabes qual o caminho do vento, nem como se formam os ossos no ventre da que está grávida, assim também não sabes as obras de Deus, que faz todas as coisas.   
116Pela manhã semeia a tua semente, e à tarde não retenhas a tua mão; pois tu não sabes qual das duas prosperará, se esta, se aquela, ou se ambas serão, igualmente boas.   
117Doce é a luz, e agradável é aos olhos ver o sol.   
118Se, pois, o homem viver muitos anos, regozije-se em todos eles; contudo lembre-se dos dias das trevas, porque hão de ser muitos. Tudo quanto sucede é vaidade.   
119Alegra-te, mancebo, na tua mocidade, e anime-te o teu coração nos dias da tua mocidade, e anda pelos caminhos do teu coração, e pela vista dos teus olhos; sabe, porém, que por todas estas coisas Deus te trará a juízo.   
1110Afasta, pois, do teu coração o desgosto, remove da tua carne o mal; porque a mocidade e a aurora da vida são vaidade.   
121Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos em que dirás: Não tenho prazer neles;   
122antes que se escureçam o sol e a luz, e a lua, e as estrelas, e tornem a vir as nuvens depois da chuva;   
123no dia em que tremerem os guardas da casa, e se curvarem os homens fortes, e cessarem os moedores, por já serem poucos, e se escurecerem os que olham pelas janelas,   
124e as portas da rua se fecharem; quando for baixo o ruído da moedura, e nos levantarmos à voz das aves, e todas as filhas da música ficarem abatidas;   
125como também quando temerem o que é alto, e houver espantos no caminho; e florescer a amendoeira, e o gafanhoto for um peso, e falhar o desejo; porque o homem se vai à sua casa eterna, e os pranteadores andarão rodeando pela praça;   
126antes que se rompa a cadeia de prata, ou se quebre o copo de ouro, ou se despedace o cântaro junto à fonte, ou se desfaça a roda junto à cisterna,   
127e o pó volte para a terra como o era, e o espírito volte a Deus que o deu.   
128Vaidade de vaidades, diz o pregador, tudo é vaidade.   
129Além de ser sábio, o pregador também ensinou ao povo o conhecimento, meditando, e estudando, e pondo em ordem muitos provérbios.   
1210Procurou o pregador achar palavras agradáveis, e escreveu com acerto discursos plenos de verdade.   
1211As palavras dos sábios são como aguilhões; e como pregos bem fixados são as palavras coligidas dos mestres, as quais foram dadas pelo único pastor.   
1212Além disso, filho meu, sê avisado. De fazer muitos livros não há fim; e o muito estudar é enfado da carne.   
1213Este é o fim do discurso; tudo já foi ouvido: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é todo o dever do homem.   
1214Porque Deus há de trazer a juízo toda obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.